Resumo O turismo indígena no Brasil ocorre em diferentes territórios, e não somente nas que são denominadas oficialmente pelo Estado Brasileiro como Terras Indígenas. Especificamente, na área rural de Manaus, Estado do Amazonas, dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Puranga Conquista, a Comunidade Indígena Nova Esperança tem como prática o Turismo de Base Comunitária (TBC). Partindo do pressuposto de que os impactos socioculturais estão sob a luz do desenvolvimento do turismo, o objetivo desta pesquisa foi analisar como o modelo de turismo se relaciona com os impactos socioculturais no contexto da Comunidade Indígena Nova Esperança. A pesquisa tem abordagem qualitativa e foi desenvolvida com levantamento bibliográfico, documental e pesquisa de campo. Em campo, foram realizadas 21 entrevistas semiestruturadas, aplicados questionários socioeconômicos e observação participativa com inserção por dois meses consecutivos na comunidade. A análise qualitativa ocorreu por meio da triangulação dos dados. Os resultados apontam que o modelo de turismo em Nova Esperança avançou de uma prática de apenas receber o turista e esperar que ele comprasse o artesanato local, para um modelo de gestão interna que possibilitou a apropriação pelos indígenas do fluxo de turistas, do artesanato, da hospedagem e das demais operações técnicas e financeiras. Sete impactos socioculturais principais foram identificados: benefícios econômicos; orgulho; relação com agentes intermediários; estilo de vida coletivo; comercialização da cultura; tradições e costumes; e, crenças. Foram identificados também impactos indiretos relacionados ao turismo.
Abstract Indigenous tourism in Brazil takes place in different territories, and not only in those that are officially named by the Brazilian State as Indigenous Lands. Specifically, in the rural area of Manaus, Amazonas State, within the Puranga Conquista Sustainable Development Reserve, the Nova Esperança Indigenous Community has as practice Community Base Tourism (CBT). Based on the assumption that sociocultural impacts are under the light of tourism development, the objective of this research was to analyze how the tourism model relates to sociocultural impacts in the context of the Nova Esperança Indigenous Community. The research has a qualitative approach and was developed with bibliographic, documentary and field research. In the field, 21 semi-structured interviews were conducted, socioeconomic questionnaires and participatory observation were applied with insertion for two consecutive months in the community. The qualitative analysis occurred through the triangulation of the data. The results indicate that the tourism model in Nova Esperança advanced from a practice of only receiving the tourist and waiting for him to buy the local handicrafts, to a model of internal management that allowed the appropriation by the indigenous people of the flow of tourists, handicrafts, lodging and other technical and financial operations. Seven main sociocultural impacts were identified: economic benefits; pride; relationship with intermediary agents; collective lifestyle; cultural commercialization; traditions and customs; and beliefs. Indirect impacts related to tourism have also been identified.
Resumen El turismo indígena en Brasil tiene lugar en diferentes territorios, y no sólo en aquellos que son nombrados oficialmente por el Estado brasileño como Tierras Indígenas. Específicamente, en la zona rural de Manaus, estado del Amazonas, dentro de la Reserva de Desarrollo Sostenible Puranga Conquista, la Comunidad Indígena Nova Esperança tiene como práctica el Turismo Comunitario (TBC). Partiendo del supuesto de que los impactos socioculturales están bajo la luz del desarrollo turístico, el objetivo de esta investigación fue analizar cómo el modelo turístico se relaciona con los impactos socioculturales en el contexto de la Comunidad Indígena Nova Esperança. La investigación tiene un enfoque cualitativo y fue desarrollada con investigación bibliográfica, documental y de campo. En campo se realizaron 21 entrevistas semiestructuradas, se aplicaron cuestionarios socioeconómicos y observación participativa con inserción durante dos meses consecutivos en la comunidad. El análisis cualitativo se produjo a través de la triangulación de los datos. Los resultados indican que el modelo turístico en Nova Esperança avanzó de una práctica de solo recibir al turista y esperar a que comprara las artesanías locales, a un modelo de gestión interna que permitió la apropiación por parte de los indígenas del flujo de turistas, artesanías, alojamiento y otras operaciones técnicas y financieras. Se identificaron siete impactos socioculturales principales: beneficios económicos; orgullo; relación con agentes intermediarios; estilo de vida colectivo; comercialización del cultivo; tradiciones y costumbres; y, creencias. También se han identificado impactos indirectos relacionados con el turismo.