Este artigo tem por objetivo, estimar a prevalência de transtornos alimentares em trabalhadores residentes em área urbana de Feira de Santana, Bahia. Trata-se de estudo epidemiológico de corte transversal exploratório, incluindo 1.273 trabalhadores, aleatoriamente selecionados. Características sociodemográficas e do trabalho, hábitos de vida, aspectos psicossociais do trabalho e transtornos alimentares foram investigados. Foi predominante o sexo feminino (60,2%), os mais jovens (51,7% tinham até 35 anos), casados (53,1%), de cor parda (55,2%), com ensino médio (51,5%) e com baixa renda (81,2%). As prevalências de Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica e Bulimia Nervosa foram, respectivamente, 4,3% e 1,0%. As prevalências foram mais elevadas entre os que apresentaram consumo abusivo de álcool, insatisfação com o peso, história de agressão na infância, problema financeiro/preocupações, pertenciam aos setores de serviços domésticos e comércio, os que tinham vínculo informal de trabalho e os que estavam no grupo de trabalho de alta exigência. Além de investigar a relação entre os transtornos alimentares e o trabalho, obteve-se dados sobre esses transtornos em estudo de base populacional. Espera-se que os achados obtidos possam fomentar políticas de saúde para os transtornos alimentares.
This article seeks to estimate the prevalence of eating disorders among workers living in urban areas of Feira de Santana, Bahia. It involves an epidemiologic, descriptive and exploratory cross-sectional study of 1,273 randomly selected workers. Socio-demographic and work characteristics, lifestyle, psychosocial aspects at work and eating behavior were investigated. Females were predominant (60.2%), the youngest 51.7% were up to 35 years old, married (53.1%), Afro-Brazilian descent (55.2%), with high school education (51.5%) and with low incomes (81.2%). The prevalence of Binge Eating Disorder and Bulimia Nervosa were, respectively, 4.3% and 1%. The prevalence of these disorders was higher among workers who indulged in excessive alcohol consumption, were dissatisfied with their personal appearance and weight, reported violence in childhood and had financial problems or related worries. Also included were those involved in house care services and commerce, who had informal work arrangements or were in highly demanding work environments. Besides investigating the relation between eating disorders and work, data was provided about these disorders in a population-based study. It is hoped that this study may encourage investments in health policies for these disorders.