JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O bloqueio neuromuscular residual na sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) é um fenômeno que pode aumentar a morbidade pós-operatória, com incidência variando entre 0% e 93%. O objetivo deste estudo foi avaliar a incidência do bloqueio neuromuscular residual na SRPA. MÉTODO: Foram estudados 93 pacientes submetidos à cirurgia geral com o uso de cisatracúrio ou rocurônio. Após a admissão na SRPA foi realizada a monitorização objetiva da função neuromuscular (aceleromiografia - TOF GUARD). O bloqueio neuromuscular residual foi definido como SQE < 0,9. RESULTADOS: Do total de 93 pacientes, 53 receberam cisatracúrio e 40 rocurônio. As características demográficas, duração do procedimento e o uso de antagonista foram comparáveis em ambos os grupos. O bloqueio neuromuscular residual foi de 32% no subgrupo C (cisatracúrio) e 30% no subgrupo R (rocurônio). O bloqueio neuromuscular residual não foi associado à dose, idade, ou uso de antagonista, porém apresentou relação com a duração do procedimento cirúrgico. No subgrupo C o tempo médio de cirurgia foi 135 minutos nos pacientes com bloqueio neuromuscular e 161 minutos nos pacientes sem bloqueio, p < 0,029. No subgrupo R o tempo médio de cirurgia foi 122 e 150 minutos, respectivamente, p < 0,039. CONCLUSÕES: Os pacientes de ambos os grupos apresentaram incidência elevada de bloqueio neuromuscular residual na SRPA. A curarização residual pós-operatória continua um problema mesmo com os novos bloqueadores neuromusculares de ação intermediária. É de suma importância a monitorização objetiva de todos os pacientes submetidos à anestesia geral com uso de bloqueador neuromuscular.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Residual neuromuscular block in the post-anesthetic recovery unit (PACU) may increase postoperative morbidity from 0% to 93%. This study aimed at evaluating the incidence of residual neuromuscular block in the PACU. METHODS: Participated in this study 93 patients submitted to general anesthesia with cisatracurium or rocuronium. After PACU admission, neuromuscular function was objectively monitored (acceleromyography - TOF GUARD). Residual neuromuscular block was defined as TOF < 0.9. RESULTS: From 93 patients, 53 received cisatracurium and 40 rocuronium. Demographics, procedure length and the use of antagonists were comparable between groups. Residual neuromuscular block was 32% in subgroup C (cisatracurium) and 30% in subgroup R (rocuronium). Residual neuromuscular block was unrelated to dose, age and use of antagonists, but was related to procedure length. In subgroup C, mean procedure length was 135 minutes for patients with neuromuscular block and 161 minutes for patients without (p < 0.029). In subgroup R, mean surgery length was 122 and 150 minutes, respectively (p < 0.039). CONCLUSIONS: Both groups had high incidence of residual neuromuscular block in the PACU. Residual postoperative curarization is still a problem even with new intermediary action neuromuscular blockers. It is highly important to objectively monitor all patients submitted to general anesthesia with neuromuscular blockers.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: El bloqueo neuromuscular residual en la sala de recuperación posanestésica (SRPA) es un fenómeno que puede aumentar la morbidez posoperatoria, con incidencia variando entre 0% y 93%. La finalidad de este estudio fue evaluar la incidencia del bloqueo neuromuscular residual en la SRPA. MÉTODO: Fueron estudiados 93 pacientes sometidos a cirugía general con el uso de cisatracúrio o rocuronio. Después de la admisión en la SRPA fue realizada la monitorización objetiva de la función neuromuscular (aceleromiografia - TOF-GUARD). El bloqueo neuromuscular residual fue definido como TOF < 0,9. RESULTADOS: Del total de 93 pacientes, 53 recibieron cisatracúrio y 40 rocuronio. Las características demográficas, duración del procedimiento y el uso de antagonista fueron comparables en ambos grupos. El bloqueo neuromuscular residual fue del 32% en el subgrupo C (cisatracúrio) y 30% en el subgrupo R (rocuronio). El bloqueo neuromuscular residual no fue asociado a la dosis, a la edad, o al uso de antagonista, sin embargo presentó relación con la duración del procedimiento quirúrgico. En el subgrupo C el tiempo medio de cirugía fue de 135 minutos en los pacientes con bloqueo neuromuscular y 161 minutos en los pacientes sin bloqueo, p < 0,029. En el subgrupo R el tiempo medio de cirugía fue 122 y 150 minutos, respectivamente, p < 0,039. CONCLUSIONES: Los pacientes de ambos grupos presentaron incidencia elevada de bloqueo neuromuscular residual en la SRPA. La curarización residual posoperatoria continúa un problema, lo mismo con los nuevos bloqueadores neuromusculares de acción intermediaria. Es de suma importancia la monitorización objetiva de todos los pacientes sometidos a la anestesia general con el uso del bloqueador neuromuscular.