INTRODUÇÃO: No Tocantins, a malária apresenta comportamento diferenciado entre as microrregiões, com predominância dos casos importados. Este estudo descreve a análise espacial da malária no estado, no período de 2003 a 2008, buscando identificar nas microrregiões a incidência de casos autóctones e importados, bem como a procedência destes últimos. MÉTODOS: Trata-se de um estudo retrospectivo, pautado em dados secundários, que teve como fonte de dados o Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica - Malária (SIVEP-Malária), analisados através dos softwares estatísticos Epi Info versão 3.5.1. e Bioestat versão 5.0. RESULTADOS: Constatou-se que a malária não teve distribuição homogênea em todos os municípios. A área de maior prioridade agregou municípios localizados nas microrregiões oeste do estado, fronteira com o Pará, onde também se concentram o maior número de casos autóctones. A associação entre os casos autóctones e importados e as espécies de Plasmodium mostrou uma diferença estatisticamente significativa (G = 54,25; p < 0,0001). Das oito microrregiões, Miracema do Tocantins, Araguaína e Bico do Papagaio agruparam 75,8% dos casos, e nessas, onze municípios se sobressaíram. Quanto à procedência, o Estado do Pará apresentou ampla distribuição com 85,5% do total, seguido por Guiana Francesa com 7,4%. CONCLUSÕES: Os resultados demonstraram a predominância dos casos importados e a diferença entre os municípios e microrregiões, apontando pela influencia de estados vizinhos na determinação das áreas de maior risco. Esses dados são importantes, pois contribuem para orientação e direcionamento das políticas públicas para o agravo no Tocantins.
INTRODUCTION: In Tocantins, the behavior of malaria differs between microregions, with predominance of imported cases. This study describes a spatial analysis on malaria in the state covering 2003 to 2008, which sought to identify the incidence of autochthonous and imported cases, and the origin of the latter, in the microregions. METHODS: This was a retrospective study using secondary data. The data source was the epidemiological surveillance information system for malaria (SIVEP-Malária), and the data were analyzed using the Epi Info version 3.5.1 and Bioestat version 5.0 statistical software. RESULTS: It was found that malaria was not homogeneously distributed in all municipalities. The area of highest priority comprised municipalities located in microregions in the west of the state, at the border of Pará, which also had the highest number of autochthonous cases. The association between the autochthonous and imported cases and the Plasmodium species showed a statistically significant difference (G = 54.25; p < 0.0001). Among the eight microregions, Miracema do Tocantins, Araguaína and Bico do Papagaio accounted for 75.8% of the cases and, among these, eleven municipalities stood out. Regarding provenance, the State of Pará showed widespread distribution with 85.5% of the total, followed by French Guiana with 7.4%. CONCLUSIONS: These results demonstrated the predominance of imported cases and the difference between municipalities and microregions, and showed the influence of neighboring states in determining the areas of greatest risk. These data are important, since they contribute towards guiding and directing public policies regarding this disease in Tocantins.