Objetivos: A fadiga é um sintoma altamente subjetivo e extremamente comum em pacientes com artrite reumatoide, embora seja difícil de caracterizar e definir. O objetivo desse estudo foi avaliar a fadiga em uma coorte de pacientes brasileiros e analisar a relação entre fadiga e variáveis específicas da doença. Métodos: Foram prospectivamente investigados 371 pacientes brasileiros diagnosticados com artrite reumatoide, de acordo com os critérios de classificação do Colégio Americano de Reumatologia de 1987. Dados demográficos, clínicos e laboratoriais foram obtidos dos registros clínicos. Foram registrados o número de articulações dolorosas, índice de massa corporal, duração da doença, qualidade de vida, capacidade funcional, ansiedade e depressão. A fadiga foi avaliada com o uso da subescala específica da escala Fatigue Assessment of Chronic Illness Therapy (FACIT-FATIGUE). Resultados: O escore mediano para fadiga foi 42 (10), negativamente correlacionado com a capacidade funcional (-0,507; p < 0,001), ansiedade e depressão (-0,542 e -0,545; p < 0,001, respectivamente) e predominantemente com o domínio físico do questionário Short Form-36 para qualidade de vida (SF-36P: 0,584; p < 0,001). Não houve correlação entre os escores e a velocidade de sedimentação das hemácias (-0,118; p <0,05), proteína C reativa (-0,089; p < 0,05), atividade da doença (-0,250;p < 0,001) ou número de articulações dolorosas (-0,135; p < 0,01). Para todas as medidas foi aplicado um intervalo de confiança de 95%. Conclusões: Nesta série de pacientes brasileiros com artrite reumatoide, sugerimos um novo significado para as queixas de fadiga como um parâmetro independente não relacionado com o número de articulações dolorosas ou escores de atividade inflamatória. Parece haver maior relação entre transtornos psicológicos e funcionais com a fadiga. Seriam importantes novos estudos e uso rotineiro de medidas padronizadas para a monitorização das queixas de fadiga.
Objectives: Fatigue is a highly subjective and extremely common symptom in patients with rheumatoid arthritis although it is difficult to characterize and define. The aim of this study was to assess fatigue in a cohort of Brazilian patients, and to analyze the relationship between fatigue and disease-specific variables. Methods: 371 Brazilian patients diagnosed with rheumatoid arthritis according to the 1987 American College of Rheumatology classification criteria were prospectively investigated. Demographic, clinical and laboratorial data were obtained from hospitals records. The number of painful joints, bone mass index, disease duration, quality of life, functional capacity, anxiety and depression were recorded. Fatigue was evaluated using the subscale of Fatigue Assessment of Chronic Illness Therapy (FACIT-FATIGUE scale). Results: The median fatigue score was 42.0 (10.0), negatively correlated with functional capacity (-0.507; P < 0.001), anxiety and depression (-0.542 and -0.545; P < 0.001 respectively), and predominantly with physical domain of Short Form 36-item quality of life questionnaire (SF-36P: 0.584; P < 0.001). The scores were not associated with the erythrocyte sedimentation rate (-0.118; P < 0.05), C-reactive protein (-0.089; P < 0.05), disease activity (-0.250; P < 0.001) or the number of painful joints (-0.135; P < 0.01). Confidence interval of 95% was applied for all measures. Conclusions: In this series of Brazilian patients with rheumatoid arthritis, we suggest a new significance for fatigue complains as an independent parameter not related with number of painful joints, disease or inflammatory activity scores. Psychological and functional impairments appear to be more related to fatigue. Additional studies and inclusion of standard measures for monitoring fatigue complains are required.