Resumo Este artigo propõe-se a apresentar algumas considerações sobre duas editoras brasileiras pertencentes ao chamado mercado independente: Padê Editorial, fundada em 2015, e Nega Lilu, em 2013. Primeiramente, destacam-se alguns conceitos importantes para se pensar a cena independente, tais como o de “campo editorial”, de Pierre Bourdieu, e a própria noção de “independência”, ligada à busca por práticas editoriais que priorizam a bibliodiversidade, na busca por alternativas mercadológicas que não coloquem o lucro como principal finalidade. O escopo teórico do artigo está ancorado em John Thompson (2013), Gilles Colleu (2007) e José Muniz Jr. (2016). A seguir, é realizado o estudo de caso das editoras aqui elencadas, ao conferirem visibilidade às mulheres, às mulheres negras e às lésbicas, principalmente, além de estarem situadas fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo, dando visibilidade, ainda, aos autores da região Centro-Oeste, onde estão localizadas. Assim, tais práticas editoriais, que objetivam, inclusive, um apelo estético significativo, acabam por adquirir uma significação política, tornando-se capitais simbólicos primordiais para se pensar (e repensar) o cenário contemporâneo da edição no Brasil.
Abstract This paper aims to present some considerations about two Brazilian publishing houses which belong to the so-called independent market: Padê Editorial, founded in 2015, and Nega Lilu, founded in 2013. Firstly, we will highlight some important concepts concerning the independent scene, such as Pierre Bourdieu's "editorial field" and the very notion of "independence," linked to the search of editorial practices that prioritize bibliodiversity, seeking market alternatives in which profit is not their main concern. The article’s theoretical basis is rooted in John Thompson (2013), Gilles Colleu (2007) and José Muniz Jr. (2016). Afterwards, a case study of the publishers listed here is made, mainly promoting the visibility of women, black women and lesbians, as well as those located outside the Rio de Janeiro-São Paulo hub; They also promote visibility of female authors from the Midwest region of Brazil where the companies are based. Therefore, such editorial practices which aspire to even a significant aesthetic appeal, end up acquiring a political importance as well, becoming primordial symbolic capitals to think (and rethink) the contemporary publishing scenario in Brazil.
Resumen Este artículo propone presentar algunas consideraciones sobre dos editoriales brasileñas que pertenecen al llamado mercado independiente: Padê Editorial, fundada en 2015, y Nega Lilu, en 2013. En primer lugar, se destacan algunos conceptos importantes para pensar sobre la escena independiente, como el "campo editorial", de Pierre Bourdieu, y la noción misma de "independencia", vinculada a la búsqueda de prácticas editoriales que prioricen la biodiversidad, en la búsqueda para alternativas de marketing que no tienen como objetivo principal el beneficio. El alcance teórico del artículo está anclado en John Thompson (2013), Gilles Colleu (2007) y José Muniz Jr. (2016). A continuación, se realiza el estudio de caso de las editoriales enumeradas aquí, ya que dan visibilidad a las mujeres, las mujeres negras y las lesbianas, principalmente, además de ubicarse fuera del eje Río de Janeiro-São Paulo, dando visibilidad, también, a los autores de la región del “Centro-Oeste”, donde se encuentran. Así, estas prácticas editoriales, que presentan un atractivo estético significativo, terminan adquiriendo un significado político, convirtiéndose en capitales simbólicos primordiales para pensar (y repensar) el escenario contemporáneo de la publicación en Brasil.