Resumo O aquecimento global torna necessário o benchmarking do tecido urbano para desenvolver políticas que possam promover a resiliência urbana ao calor. O objetivo desta pesquisa é identificar padrões do tecido urbano que produzem a retroalimentação negativa do sistema climático urbano naturalmente. O método contempla o uso de imagens Landsat-8, para estimar e mapear a temperatura das superfícies e suas características espectrais (albedo, emissividade, fração de cobertura de vegetação e índice de umidade por diferença normalizada), a integração dos dados em um espaço celular georreferenciado, análises de correlação, autocorrelação e de clusters, e identificação de zonas climáticas locais. A área de estudos é São José dos Campos, SP, Brasil, onde a zona climática local 3, com construções compactas de pequeno porte, é predominante. A maior diferença de temperatura de superfície entre clusters foi 12 °C e ocorreu entre áreas verdes e permeáveis e áreas áreas plenamente impermeabilizadas com extensas construções. As análises permitiram inferir a dependência espacial da temperatura da superfície, apesar da variabilidade sazonal, indicando que ela pode ser utilizada para identificar fatores que influenciam processos de retroalimentação do sistema climático urbano, zonas climáticas locais, e auxiliar no desenvolvimento de políticas de adaptação e resiliência urbana ao calor.
Abstract Global warming makes urban fabric benchmarking necessary for the development of policies that promote urban heat resilience. This research is aimed at identifying urban fabric patterns, which can promote the negative feedback of the urban climate system naturally. The method includes the use of Landsat-8 satellite images to estimate and to map the land surface temperatures and its spectral features (albedo, emissivity, fraction vegetation cover and normalised difference moisture index), the data integration at a cellular georeferenced space, correlation, autocorrelation and clusters analyses and the identification of local climate zones. The study area is São José dos Campos, SP, Brazil, where local climate zone 3, where compact, small buildings predominate. The biggest difference in surface temperature was 12 °C and was detected between areas with permeable and shaded surfaces, associated with the presence of trees, and fully impermeable surfaces with large buildings. The analyses showed the spatial dependence of surface temperature, despite seasonal variability, indicating that it can be used to identify factors which influence feedback processes of the urban climate system, which can help in the development of policies to promote urban adaptation and heat resilience.