RESUMO No filme Que horas ela volta?, dirigido por Anna Muylaert, observa-se o estabelecimento de uma relação mercadológico-afetiva entre Val, uma pernambucana que migrou para São Paulo para trabalhar como empregada doméstica, e a família Bragança, para quem a funcionária trabalha. Uma relação fetichista se estabelece na dissimulação por parte da família de sobrenome real de que Val é da família apesar de, em todas as circunstâncias, tratá-la como cidadã de segunda classe. O objetivo deste artigo é, assim, refletir sobre o fetichismo do igual, um dos desdobramentos do fetichismo da mercadoria, que é desvelado a partir da chegada de Jéssica, filha de Val, e que, ao portar-se como uma igual, desperta ódio. O principal referencial teórico do trabalho são os textos O capital de Karl Marx e Fetichismo - Colonizar o outro, do professor Vladimir Safatle.
ABSTRACT In the film The second mother, directed by Anna Muylaert, it is possible to observe the establishment of a marketing-affective relationship between Val, a woman from Pernambuco who migrated to São Paulo to work as a maid, and the Bragança family, for which the employee works. A fetishistic relationship is established in the dissimulation on the part of the family with the real surname that Val belongs to the family despite, in all circumstances, treating her as a second-class citizen. The objective of this article is, therefore, to reflect on the fetishism of the equal, one of the forms of the fetishism of the commodity, which is unveiled from the arrival of Jessica, daughter of Val and who, by behaving as an equal, arouses hatred. The main theoretical framework of the work are the texts Capital by Karl Marx and Fetichismo - Colonizar o outro, by Professor Vladimir Safatle.