Foi objetivo desta pesquisa avaliar os efeitos da monensina sódica administrada pela forma convencional ou por dispositivo de liberação lenta sobre o perfil fermentativo ruminal de bovinos alimentados com volumosos de baixo valor nutritivo e suplementados ou não com nitrogênio não-protéico. Doze fêmeas bovinas (736 kg de PV) fistuladas no rúmen foram distribuídas em blocos em função do peso vivo, utilizando-se dois períodos sucessivos de 28 dias cada (24 unidades experimentais). O arranjo de tratamentos - combinados com a presença ou ausência de suplementação diária de 20 g uréia/100 kg PV - correspondeu ao fatorial 3 x 2, no qual duas formas de administração de monensina (convencional ou dispositivo de liberação lenta), na dose de 300 mg/anim.dia, foram comparadas ao controle. O feno de Tifton 85 de baixo valor nutritivo foi o único alimento oferecido. Amostras de líquido ruminal foram coletadas no 28º dia às 0, 2, 4, 6 e 8 horas após a primeira refeição e o feno, incubado por 0, 6, 12, 24, 48, 72 e 96 horas, entre o 24º e 27º dia, para avaliação da degradabilidade in situ. O único efeito causado pela administração da uréia foi o aumento das concentrações ruminais de nitrogênio amoniacal. Independentemente da suplementação com uréia, os tratamentos convencional e com bólus diminuíram o consumo de MS em 25,4 e 27,8%, respectivamente, e a degradabilidade efetiva da FDN do feno em 17,4 a 34,4% e 11,9 a 12,7%, dependendo da taxa de passagem ruminal utilizada, e aumentaram a concentração molar de ácido propiônico em 60,2 e 42,7%, quando comparados ao controle. Entretanto, não alteraram o pH, a concentração total de AGVs ou de amônia. Com base na relação acetato/propionato ruminal, o tratamento com bólus apresentou eficiência de 77%, em relação ao tratamento convencional, o que corresponde a uma liberação de 232 mg de monensina sódica/anim.dia.
The objectives of this study were to evaluate the effects of sodium monensin supplied as a conventional form or as a controlled release capsule (bolus) on ruminal fermentation profile of bovine fed low nutritive value forage, supplemented or not with non-protein nitrogen. Twelve rumen-fistulated cows (736 kg of BW) were allocated in blocks, in function of body weight, using two successive 28-day periods (24 experimental units). The treatments were arranged as a factorial 3 x 2, where two forms of monensin administration (conventional or controlled release capsule), at doses of 300 mg/anim.day, were compared to the control, in combination with the supplementation or not with urea (20g/100kg BW). The low nutritive value hay (Tifton 85) was the only feed offered. Ruminal fluid was sampled on the 28th day at 0, 2, 4, 6 and 8 hours after first meal and the hay was incubated for 0, 6, 12, 24, 48, 72, and 96 hours, between the 24th and 27th day, for evaluation of in situ degradability. The only effect caused by urea administration was the increase in ruminal ammonia nitrogen concentration. Regardless on the urea supplementation, the conventional and bolus forms of monensin decreased respectively the dry matter intake in 25.4% and 27.8%, the effective degradability of hay NDF from 17.4 to 34.4% and from 11.9 to 12.7%, depending on the ruminal passage rate used, and increased the molar proportion of propionic acid in 60.2 and 42.7%, when compared to the control. However, they did not alter pH, total VFA or ammonia concentrations. Based on ruminal acetate/propionate ratio, bolus treatment showed an efficiency of 77%, when compared to conventional treatment, corresponding to liberation of 232 mg of sodium monensin/anim.day.