JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O trauma cranioencefálico (TCE) pode elevar a pressão intracraniana (PIC) e reduzir a complacência encefálica (CE). Diferentes lesões são aplicadas em modelos de TCE que estudam as mesmas variáveis. Como são usadas indistintamente, o objetivo é comparar a PIC e a CE em dois modelos de TCE. MÉTODO: Dezoito cães machos, anestesiados, ventilados e distribuídos aleatoriamente em dois grupos: BS - balão subdural (n = 9) e LC - lesão criogênica (n = 9). Análise da PIC, CE e pressão de perfusão encefálica (PPE) em cinco momentos: fim da preparação (M0), encéfalo normal (M1), início da lesão (M2), término da lesão (M3) e lesão estabelecida (M4). CE é a variação da PIC durante hipertensão arterial induzida (HAI) em 50 mmHg em M1 e M4. PPE = pressão arterial média (PAM) - PIC. Teste t de Student pareado para o mesmo grupo em momentos diferentes e t de Student para duas amostras distintas para o mesmo momento entre os grupos. RESULTADOS: A PAM foi semelhante nos grupos nos momentos estudados (p = 0,31 em M0; p = 0,25 em M1; p = 0,31 em M2; p = 0,19 em M3; p = 0,05 em M4). A PIC foi semelhante nos grupos em M0 (p = 0,27) e M1 (p = 0,21), mas diferente em M2 (p < 0,001). A PIC tornou-se semelhante nos grupos em M3 (p = 0,39) e M4 (p = 0,98), elevou-se no BS em M1 (p = 0,04) e M2 (p = 0,01), mas não em M3 (p = 0,36) nem M4 (p = 0,12). No LC a PIC aumentou em M1 (p < 0,01), M3 (p < 0,001) e M4 (p < 0,001), mas não em M2 (p = 0,18). Houve aumento da PPE em M1 (p < 0,001) e M4 (p < 0,001), semelhante nos grupos (p = 0,16 em M1 e p = 0,21 em M4). Em M2 houve redução da PPE nos grupos (p < 0,001), mais intensa em LC (p < 0,001). Em M3 houve aumento da PPE no BS (p = 0,02) e redução no LC (p = 0,01), o que tornou a PPE semelhante nos grupos (p = 0,43). Em M4 houve aumento da PPE semelhante nos grupos (p = 0,16). CONCLUSÕES: O efeito da hipertensão arterial induzida no modelo de LC é comparável ao observado no modelo de BS. Esse tipo de lesão deve ser melhor estudado para estabelecer precisão na proporção entre a sua extensão e a redução da CE, aparentemente, um processo gradual e evolutivo cujos limites ainda não são totalmente conhecidos.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Traumatic brain injury (TBI) may increase intracranial pressure (ICP) and decrease brain compliance (BC). Different injuries are applied to TBI models studying the same variables. Since they are indistinctly used, the objective was to compare ICP and BC in two different TBI models. METHODS: This study involved 18 male dogs anesthetized, ventilated and randomly distributed in two groups: SB - subdural balloon (n = 9) and CI - cryogenic injury (n = 9). ICP, BC and cerebral perfusion pressure (CPP) were evaluated in five moments: end of preparation (M0), normal brain (M1), beginning of injury (M2), end of injury (M3) and established injury (M4). BC is ICP variation during induced hypertension (IH) in 50 mmHg in M1 and M4. CPP = Mean Blood Pressure (MBP) - ICP. Paired Student's t test was used for the same group in different moments and Student's t test was used for two different samples in the same moment between groups. RESULTS: MBP was similar for both groups in all studied moments (p = 0.31 in M0; p = 0.25 in M1; p = 0.31 in M2; p = 0.19 in M3; p = 0.05 in M4). ICP was similar between groups in M0 (p = 0.27) and M1 (p = 0.21), however different in M2 (p < 0.001). ICP was similar for both groups in M3 (p = 0.39) and M4 (p = 0.98), increased for SB in M1 (p = 0.04) and M2 (p = 0.01), but not in M3 (p = 0.36) and M4 (p = 0.12). For CI, ICP has increased in M1 (p < 0.01), M3 (p < 0.001) and M4 (p < 0.001), but not in M2 (p = 0.18). There has been CPP increase in M1 (p < 0.001) and M4 (p < 0.001), with no difference between groups (p = 0.16 in M1 and p = 0.21 in M4). There has been decreased CPP in M2 for both groups (p < 0.001), however more severe for CI (p < 0.001). In M3, there has been increased CPP for SB (p = 0.02) and decreased CPP for CI (p = 0.01), what has made CPP similar for both groups (p = 0.43). CPP has equally increased in M4 for both groups (p = 0.16). CONCLUSIONS: Induced hypertension (IH) effect on CI model is comparable to what has been observed in the SB model. This type of injury should be better studied to establish precision in the ratio between injury extension and BC decrease, which seems to be a gradual and evolving process, with not totally understood limits.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: El trauma craneoencefálico (TCE) puede elevar la presión intracraneana (PIC) y reducir la complacencia encefálica (CE). Diferentes lesiones son aplicadas en modelos de TCE que estudian las mismas variables. Como son usadas indistintamente, el objetivo es comparar la PIC y la CE en dos modelos de TCE. MÉTODO: Dieciocho perros machos, anestesiados, ventilados y distribuidos eventualmente en dos grupos: BS - balón subdural (n = 9) y LC - lesión criogénica (n = 9). Análisis de la PIC, CE y presión de perfusión encefálica (PPE) en cinco momentos: final de la preparación (M0), encéfalo normal (M1), inicio de la lesión (M2), término de la lesión (M3) y lesión establecida (M4). CE es la variación de la PIC durante la hipertensión arterial inducida (HAI) en 50 mmHg en M1 y M4. PPE = presión arterial media (PAM) - PIC. Prueba t de Student emparejado para el mismo grupo en diferentes momentos y t de Student para dos muestras diferentes para el mismo momento entre los grupos. RESULTADOS: La PAM fue semejante en los grupos en los momentos estudiados (p = 0,31 en M0; p = 0,25 en M1; p = 0,31 en M2; p = 0,19 en M3; p = 0,05 en M4). La PIC fue semejante en los grupos en M0 (p = 0,27) y M1 (p = 0,21), pero diferente en M2 (p < 0,001). La PIC se volvió semejante en los grupos en M3 (p = 0,39) y M4 (p = 0,98), se elevó en BS en M1 (p = 0,04) y M2 (p = 0,01), pero no en M3 (p = 0,36) ni en M4 (p = 0,12). En el LC la PIC aumentó en M1 (p < 0,01), M3 (p < 0,001) y M4 (p < 0,001), pero no en M2 (p = 0,18). Hubo aumento de la PPE en M1 (p < 0,001) y M4 (p < 0,001), semejante en los grupos (p = 0,16 en M1 y p = 0,21 en M4). En M2 hubo reducción de la PPE en los grupos (p < 0,001), más intensa en LC (p < 0,001). En M3 hubo aumento de la PPE en BS (p = 0,02) y reducción en el LC (p = 0,01), lo que hizo la PPE semejante en los grupos (p = 0,43). En M4 hubo aumento de la PPE semejante en los grupos (p = 0,16). CONCLUSIONES: El efecto de la HAI en el modelo de LC es comparable al observado en el modelo de BS. Ese tipo de lesión debe ser mejor estudiada para establecer precisión en la proporción entre la extensión de la lesión y la reducción de la CE, aparentemente, un proceso gradual y evolutivo cuyos límites aún no son totalmente conocidos.