Resumo A escolha de pesquisar as formas de violência que afetam grupos historicamente marginalizados implica enfrentar inúmeras decisões ligadas ao marco conceitual, a metodologia, a abordagem epistemológica, entre outros. Nestes projetos, devem se considerar tanto o lugar de fala do pesquisador quanto os efeitos diretos ou indiretos que estas questões podem ter sobre os sujeitos afetados. O presente artigo oferece algumas reflexões epistemológicas e metodológicas emergidas de um processo de pesquisa sobre as formas específicas de violência que afetam as mulheres trans privadas de liberdade nas unidades penais da província de Buenos Aires, Argentina. Desde uma perspectiva reflexiva, crítica e propositiva, apresentamos algumas conclusões que podem ser tiradas deste processo, no intuito de contribuir para outras pesquisas na área e compreender (algumas das) dimensões potencialmente prejudiciais das práticas de pesquisa nas ciências sociais e jurídicas, e ao mesmo tempo tentar alguns caminhos possíveis para não as reproduzir.
Abstract The decision to carry out research on forms of violence that affect historically marginalized groups involves a number of decisions linked to the conceptual framework, methodology, epistemological approach, among others. In these projects, any choice must consider both the researcher’s site of enunciation and the direct or indirect effects that these issues may have on the affected subjects. This article shares some epistemological and methodological reflections emerged from our research on the specific forms of violence affecting trans women deprived of their liberty in penitentiary facilities in the province of Buenos Aires, Argentina. From a reflexive, critical and constructive approach, we present a series of conclusions that can be drawn from the process, seeking to contribute with other scholars in the field in order to understand (some of) the potentially harmful dimensions of research practices in the social and legal sciences, while rehearsing some possible ways to avoid reproducing them.
Resumen La apuesta por investigar las formas de violencia que afectan a grupos históricamente marginados implica enfrentarse a múltiples decisiones sobre el marco conceptual, la metodología, el enfoque epistemológico, entre otros. En estos proyectos, dichas decisiones deben considerar tanto el lugar de enunciación de quien investiga como los efectos directos o indirectos que estas cuestiones pueden tener sobre los sujetos afectados. El presente artículo reúne algunas reflexiones epistemológicas y metodológicas surgidas a partir de una investigación sobre las formas específicas de violencia que afectan a las mujeres trans privadas de su libertad en unidades penales de la provincia de Buenos Aires, Argentina. Desde una perspectiva reflexiva, crítica y propositiva, presentamos algunas conclusiones que pueden extraerse de este proceso, buscando aportar a otras investigaciones del área para comprender (algunas de las) dimensiones potencialmente dañinas de las prácticas de investigación en ciencias sociales y jurídicas, y ensayar algunos caminos posibles para no reproducirlas.