RESUMO O envelhecimento está associado a patologias crónicas, que podem ser prevenidas ou retardadas através do envolvimento em comportamentos saudáveis, como a prática regular de Exercício Físico (EF). O objetivo deste trabalho foi caracterizar a qualidade de vida, vitalidade e força de preensão manual de idosos participantes em programas comunitários de EF, bem como analisar a relação da prática de EF com estas variáveis. Recorreu-se a uma amostra composta por 81 indivíduos, 49 do sexo feminino e 32 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 65 e os 85 anos (72.33±5.02). Os resultados indicam-nos que os elementos do género masculino apresentavam valores superiores nas variáveis força de preensão manual (p<0.001; η2=0.510), vitalidade subjetiva (p=0.05; η2=0.005) e no domínio “intimidade” da qualidade de vida (p=0.01; η2=0.005). Relativamente à análise das relações entre as variáveis, no género feminino a força de preensão manual está relacionada com a frequência semanal (r=0.42; p=0.003), com o número de horas de prática (r=0.49; p<0.001), e com a qualidade de vida geral (r=0.35; p=0.015). Ainda no género feminino, verificamos a existência de uma regressão linear significativa da frequência de prática semanal (R2 ajustado=0.23; p<0.001) e do número de horas semanal (R2 ajustado=0.30; p<0.001), com a força de preensão manual. Já no género masculino, a força de preensão manual correlaciona-se com o número de horas de prática semanal (r=0.38; p=0.033). Já a vitalidade está relacionada com a força de preensão manual (r=0.49; p=0.004) e com a qualidade de vida geral (r=0.61; p<0.001). Parece assim evidente o papel do EF por parte desta população, bem como a inclusão do treino de força uma vez que esta variável parece estar associada a uma melhor perceção de qualidade de vida e de vitalidade pelo idoso.
RESUMEN El envejecimiento se asocia con patologías crónicas, que pueden prevenirse o retrasarse al participar en comportamientos saludables, como el ejercicio físico regular (EF). Así, el objetivo de este estudio fue caracterizar la calidad de vida, vitalidad y fuerza de la empuñadura de los participantes de edad avanzada en programas comunitarios de EF, así como analizar la relación de la práctica con estas variables. Se utilizó una muestra de 81 individuos, 49 mujeres y 32 hombres, de entre 65 y 85 años (72.33±5.02). Los resultados indican que los elementos masculinos presentaron valores más altos en las variables fuerza de prensión manual (p<0.001; η2 =0.510), vitalidad subjetiva (p=0.05; η2=0.005) y en el dominio "η2=0.005). En cuanto al análisis de las relaciones, en las mujeres la fuerza de prensión manual está asociada con la frecuencia semanal (r=0.42; p=0.003), con el número de horas de práctica por semana (r=0.49; p<0.001), y con la calidad de vida general (r=0.35; p=0.015). También en las mujeres, verificamos una regresión lineal significativa de la frecuencia semanal (R2 ajustado =0.23; p<0.001) y el número de horas de práctica por semana (R2 ajustado= 0.30; p <0.001), con fuerza de prensión manual. En los hombres, verificamos que la fuerza de presión manual está relacionada con el número de horas de práctica semanal (r=0.38; p=0.033). La vitalidad está relacionada con la fuerza de prensión manual (r=0.49; p=0.004), y la calidad de vida general (r=0.61; p<0.001). Así, parece evidente el papel del EF por parte de esta población, así como la inclusión del entrenamiento de fuerza, ya que esta variable parece estar asociada a una mejor percepción de la calidad de vida y vitalidad por parte de los ancianos.
ABSTRACT Ageing is associated with chronic pathologies, which can be prevented or delayed through the involvement in healthy behaviours, such as regular physical exercise (PE). The aims of this study were to characterize the quality of life, vitality and handgrip strength of elderly people, participants in PE community programs, as well as to analyze the relationship of PE practice with these variables. A sample of 81 individuals, 49 females and 32 males, aged between 65 and 85 years (72.33 ± 5.02) were recruited. The results showed that men had higher values in the variables handgrip strength (p<0.001; 2 =0.510), subjective vitality (p=0.05; 2=0.005) and in the “intimacy” domain of quality of life (p=0.01; 2 =0.005). Regarding the analysis of the relationships, in females, handgrip strength is related with the weekly frequency (r=0.42; p=0.003), with the number of practice hours per week (r=0.49; p<0.001), and with general quality of life (r=0.35; p=0.015). Still in females, we verified the existence of a significant linear regression of the weekly frequency of practice (adjusted R2=0.23; p<0.001) and the number of weekly hours (adjusted R2=0.30; p<0.001), with handgrip strength. In males, we verified that handgrip strength is related with the number of hours of weekly practice (r=0.38; p=0.033). Finally, vitality is related with handgrip strength (r=0.49; p=0.004), and general quality of life (r=0.61; p<0.001). Thus, the role of PE practice in this population seems evident, not only for the associated physical, mental, and social benefits but also for the role it appears to play in the perception of quality of life and subjective vitality. Moreover, it still seems essential to include strength training, which appears to be associated with a better perception of quality of life and vitality by the elderly.