Resumo Objetivo Analisar as variáveis sociodemográficas e de trabalho quanto ao risco de transtorno mental comum em profissionais de enfermagem que atuam em serviços de atenção às urgências e emergências. Métodos Estudo observacional, transversal com abordagem quantitativa, realizado no Pronto Socorro Adulto e nas Unidades de Terapia Intensiva Adulto e Coronariana de um hospital público de ensino e em duas Unidades de Pronto Atendimento públicos, do interior de Minas Gerais, Brasil. A coleta de dados ocorreu por meio de dois instrumentos: questionário sociodemográfico e profissional e o Self-Reporting Questionnaire. Para as análises foi realizada a estatística descritiva, Qui-quadrado de Pearson, exato de Fisher e regressão logística binomial. Resultados Participaram 302 profissionais de enfermagem. Observou-se prevalência de 20,5% para transtornos mentais comuns. Na análise bivariada, as variáveis relacionadas aos transtornos mentais comuns foram: não ter filhos (p=0,025), trabalhar nos setores da atenção terciária (p=0,008), regime de contrato estatutário (p=0,041). Na análise multivariada, os setores hospitalares (p=0,001) e o cargo de enfermeiro (p=0,017) indicaram risco elevado para transtornos mentais comuns. Conclusão As variáveis setor e cargo se comportaram como risco e apresentaram razão de chance de prevalência de 4,21 e 2,80, respectivamente, indicando que as condições de trabalho nos ambientes de urgência e emergência associadas ao cargo de enfermeiro favorecem o desenvolvimento de transtornos mentais comuns nos profissionais de enfermagem. Este estudo possibilitou conhecer a necessidade de implantação de estratégias para identificação precoce de transtornos mentais comuns e a promoção da saúde mental dos profissionais, visando a melhoria dos aspectos psicossociais nos ambientes de trabalho.
Abstract Objective To analyze sociodemographic and work variables regarding the risk for common mental disorders in nursing professionals working in urgent and emergency care services. Methods Observational, cross-sectional, quantitative study conducted in the Adult Emergency Room and Adult and Coronary Intensive Care Units of a public teaching hospital and in two public Emergency Care Units in the countryside of Minas Gerais, Brazil. Data collection was performed with use of two instruments: sociodemographic and professional questionnaire and the Self-Reporting Questionnaire. Descriptive statistics, Pearson’s Chi-square, Fisher’s exact and binomial logistic regression were performed in the analyzes. Results Participation of 302 nursing professionals. There was a prevalence of 20.5% for common mental disorders. In the bivariate analysis, the variables related to common mental disorders were: not having children (p=0.025), working in tertiary care departments (p=0.008), statutory contract regime (p=0.041). In the multivariate analysis, the hospital departments (p=0.001) and the nurse position (p=0.017) indicated a high risk for common mental disorders. Conclusion The variables of department and position behaved as risk and had a prevalence odds ratio of 4.21 and 2.80, respectively, indicating that the working conditions in urgent and emergency environments associated with the nurse position favor the development of common mental disorders in nursing professionals. Through this study, it was possible to understand the need to implement strategies for the early identification of common mental disorders and the promotion of mental health among professionals, aiming at improving psychosocial aspects in work environments.
Resumen Objetivo Analizar las variables sociodemográficas y de trabajo respecto al riesgo de trastornos mentales comunes en profesionales de enfermería que actúan en servicios de atención de urgencias y emergencias. Métodos Estudio observacional, transversal, con enfoque cuantitativo, realizado en el Servicio de Urgencias Adulto y en las Unidades de Cuidados Intensivos Adulto y Coronaria de un hospital público universitario y en dos Unidades de Pronta Atención públicas del interior de Minas Gerais, Brasil. La recopilación de datos se realizó mediante dos instrumentos: cuestionario sociodemográfico y profesional y el Self-Reporting Questionnaire. Para los análisis, se utilizó la estadística descriptiva, ji cuadrado de Pearson, exacta de Fisher y regresión logística binomial. Resultados Participaron 302 profesionales de enfermería. Se observó prevalencia del 20,5 % de trastornos mentales comunes. En el análisis bivariado, las variables relacionadas con los trastornos mentales comunes fueron: no tener hijos (p=0,025), trabajar en sectores de atención terciaria (p=0,008) y el régimen de contrato estatutario (p=0,041) En el análisis multivariado, los sectores hospitalarios (p=0,001) y el cargo de enfermero (p=0,017) indicaron riesgo elevado de trastornos mentales comunes. Conclusión Las variables sector y cargo se comportan como riesgo y presentaron razón de momios de prevalencia de 4,21 y 2,80, respectivamente, lo que indica que las condiciones de trabajo en los ambientes de urgencias y emergencias asociadas al cargo de enfermero favorecen el desarrollo de trastornos mentales comunes en los profesionales de enfermería. Este estudio permitió conocer la necesidad de implementar estrategias para la identificación temprana de trastornos mentales comunes y la promoción de la salud mental de los profesionales, con el objetivo de mejorar los aspectos psicosociales en el ambiente de trabajo.