Los embalses nuevos ofrecen la oportunidad de comprobar si especies que presentan suficiente flexibilidad en la alimentación en condiciones naturales pueden aprovechar esta situación y, sin restricciones de reproducción, ocupar la mayor parte del hábitat visible en un gran embalse (espacios abiertos), además, presentar un alto éxito en la colonización del nuevo entorno. Asimismo, examinamos variaciones en la abundancia y alimentación de A. osteomystax, en dos ambientes, uno natural (Sinha Mariana floodplain lake) y otro alterado (Embalse Manso), durante dos periodos: el primer ano después de la fase de llenado y tres años más tarde. Nuestro objetivo fue evaluar la ocupación del nuevo hábitat (Embalse Manso) por esta especie, así como probar la hipótesis de que en el embalse, a diferencia del ambiente natural, se producen cambios notables en la dieta entre los periodos. Los peces fueron muestreados mensualmente en el lago de la planicie de inundación y en el embalse durante dos periodos anuales con redes de enmalle. Para evaluar las diferencias en la abundancia de A. osteomystax empleamos la prueba de Kruskal-Wallis, y el análisis de la dieta se llevo a cabo con el uso de la frecuencia de ocurrencia y métodos volumétricos. Las diferencias temporales en la dieta fueron probadas con Kruskal-Wallis, se usaron los resultados a partir de un análisis de correspondencia sin tendencia. A. osteomystax fue significativamente más abundante en el lago de la llanura de inundación, donde las capturas fueron más altas, que en el embalse en casi todos los meses analizados, y no se registraron variaciones significativas en la abundancia entre los dos periodos tanto en el embalse como en el lago de inundación. La variación en la dieta entre los dos periodos, en los cuales habia un desfase de tres anos entre ellos, fue mucho menos pronunciada en el entorno natural, donde la disponibilidad de recursos es esencialmente regulada por la estacionalidad. Por lo tanto, nuestra hipótesis fue aceptada, es decir, las variaciones interanuales en la dieta de A. osteomystax son más relevantes en un ambiente artificial que en uno natural.

New impoundments provide opportunities to check whether species that present enough feeding flexibility in natural conditions may take advantage of this situation and, without reproductive restriction, can occupy the most conspicuous habitat in a large reservoir (open areas) and present higher success in the colonization of the new environment. We examined variations in the abundance and feeding of A. osteomystax in two environments, one natural (Sinha Mariana floodplain lake) and one dammed (Manso Reservoir), during two periods: the first year after the filling phase and three years later. Our goal was to evaluate the occupation of the new hábitat (Manso Reservoir), by this species, as well as to test the hypothesis that in the reservoir, unlike the natural environment, there are remarkable changes in diet between the periods. Fish were sampled monthly in the floodplain lake and in the reservoir during two annual periods using gillnets. To evaluate the differences in abundance of A. osteomystax we employed the Kruskal -Wallis test, and the diet analysis was carried out using frequency of occurrence and volumetric methods. Temporal differences in the diet were tested by Kruskal-Wallis test using the scores from a detrended correspondence analysis. A. osteomystax was significantly more abundant in the floodplain lake, where the captures were higher than in the reservoir in almost all months analyzed, and significant variations in abundance between the two periods were not recorded in either the reservoir or the floodplain lake. The diet variation between the two periods, which had a time lag of three years between them, was much less pronounced in the natural environment, where the resource availability is essentially regulated by seasonality. Thus, our hypothesis was accepted; that is, the interannual variations in the diet of A. osteomystax are more relevant in an artificial environment than in a natural one. Rev. Biol. Trop. 60 (2): 699-708. Epub 2012 June 01.

Neste trabalho foi avaliada a estrutura trófica da ictiofauna na baía Sinhá Mariana (MT), no período de março de 2000 a fevereiro de 2001, com o objetivo de detectar qual o padrão alimentar exibido pelos peixes, durante as estações chuvosa e seca. A dieta de 26 espécies (1.294 estômagos) foi avaliada pelo método volumétrico. Insetos e peixes foram os itens mais consumidos pela maioria das espécies, sendo que o primeiro foi alimento dominante para 23% e 27% das espécies, respectivamente, na cheia e na seca e o segundo para 31% das espécies em ambas as estações. Através da análise de agrupamento (Distância Euclidiana) foram identificadas sete guildas tróficas na cheia (detritívora, herbívora, insetívora, lepidófaga, omnívora, piscívora e planctívora) e cinco na seca (detritívora, insetívora, lepidófaga, omnívora e piscívora). Os menores valores médios de amplitude de nicho trófico foram verificados para as guildas constituídas por espécies especialistas (detritívora, lepidófaga e piscívora), em ambos os períodos. Em oposição, as maiores médias foram observadas para a guilda omnívora, independente do período. Em geral, não houve variação sazonal na sobreposição alimentar das espécies. Em nível de comunidade, os coeficientes de sobreposição alimentar foram baixos (< 0,4) para cerca de 80% das espécies para cada período, indicando ampla partição de recursos alimentares. A assembléia de peixes mostrou tendência à especialização trófica, independente da estação considerada e apenas algumas espécies mudaram suas dietas. Assim, é possível considerar duas hipóteses: que não existe um padrão sazonal no uso dos recursos alimentares e/ou que provavelmente existam vários padrões, uma vez que cada um deles é baseado nas características do ambiente estudado e na composição taxonômica das espécies residentes.

We assessed the trophic structure of the fish fauna in Sinhá Mariana pond, Mato Grosso State, from March 2000 to February 2001. The aim was to determine the feeding patterns of the fish species during the rainy and dry seasons. The diets of 26 species (1,294 stomach contents) were determined by the volumetric method. Insects and fish were the most important food resources: insects were the dominant food of 23% and 27% of the species, respectively, in the rainy and dry season, and fish was the dominant item for 31% of the species in both seasons. Cluster analysis (Euclidean Distance) identified seven trophic guilds in the rainy season (detritivores, herbivores, insectivores, lepidophages, omnivores, piscivores and planktivores), and five trophic guilds in the dry season (detritivores, insectivores, lepidophages, omnivores and piscivores). The smallest mean values of diet breadth were observed for the specialist guilds (detritivores, lepidophages and piscivores), in both seasons. The widest means for diet breadth were observed for the omnivores, regardless of the season. In general, there was no seasonal variation in feeding overlap among the species studied. At the community level, diet overlap values between species were low (< 0.4) for 80% of the pairs in each season, suggesting wide partitioning of the food resource. The fish assemblage showed a tendency toward trophic specialization, regardless of the season, although several species changed their diets. We might consider two non-excludent hypothesis: that there is no pattern on the use of seasonal food resources and/or probably there are several patterns, because each one is based on characteristics of the studied site and the taxonomic composition of the resident species.

Este trabalho investigou padrões alimentares de peixes piscívoros antes e após a formação do reservatório de Salto Caxias, Paraná, Brasil, com base em estudos da dieta de Hoplias malabaricus, Oligosarcus longirostris, Rhamdia branneri e Rhamdia voulezi, e da disponibilidade de presas. As coletas foram realizadas mensalmente no período de março de 1997 a fevereiro de 1998 (pré-represamento) e de março de 2000 a fevereiro de 2001 (pós-represamento), no local do reservatório. Foram analisados 549 conteúdos estomacais e a composição da dieta foi descrita através das porcentagens de ocorrência e volume de cada item alimentar, as quais foram combinadas por um índice alimentar. O hábito piscívoro foi, em geral, mais evidente para H. malabaricus, O. longirostris e R. voulezi, enquanto que para R. branneri moluscos e crustáceos foram mais importantes que peixes. Após o represamento os peixes-presa mais consumidos, por três predadores, foram Astyanax sp. b e Cyphocharax modestus. Estas espécies estiveram entre as forrageiras mais capturadas após a formação do reservatório. Assim, conclui-se que mais do que uma preferência, o consumo por determinada presa é reflexo de sua disponibilidade, abundância e vulnerabilidade no ambiente represado.

This study investigated the feeding patterns of piscivorous fish before and after the filling of Salto Caxias Reservoir, Paraná State, Brazil. Specifically, it was determined if the diet of Hoplias malabaricus, Oligosarcus longirostris, Rhamdia branneri and Rhamdia voulezi altered according to prey availability. Fish were sampled monthly from March 1997 to February 1998 (pre-impoundment period) and from March 2000 to February 2001 (post-impoundment period) within the reservoir. Stomach contents of 549 individuals were analyzed and the diet was described as occurrence and volumetric percentage of each item combined in a feeding index. The piscivorous habit was, overall, more evident in H. malabaricus, O. longirostris and R. voulezi. However, for R. branneri mollusks and crabs were more important than fish. After the impoundment, most consumed prey was Astyanax sp. b and Cyphocharax modestus for three of the predators. These prey species were more abundant after the impoundment. Then, there are evidences that the availability, abundance and vulnerability of prey in the reservoir environment are the most important factors influencing predator’s choice.

O hábito de consumir escamas tem sido registrado para várias espécies de Roeboides. Neste estudo foram examinados a variação ontogenética na dieta e o desenvolvimento dentário de três espécies de Roeboides (R. paranensis, R. prognathus e R. microlepis). Roeboides paranensis consumiu insetos, escamas e microcrustáceos, sendo que os menores indivíduos (<3,4 cm - CP) consumiram basicamente insetos, enquanto que escamas foram utilizadas apenas por indivíduos a partir de 3,4 cm. Para R. prognathus, escamas constituiu-se no alimento dominante em todos os tamanhos analisados. A dieta de R. microlepis foi composta principalmente por peixes inteiros, no entanto, os menores indivíduos (<5,4 cm) consumiram somente insetos. Durante a ontogenia, a migração dos dentes para o exterior da boca se inicia a partir de 3,7 cm em R. paranensis e de 6,5 cm em R. microlepis. Com o crescimento dos indivíduos, mais dentes migram para fora da boca e tornam-se mais desenvolvidos, o que reflete um consumo maior de escamas para as três espécies. R. prognathus foi a mais especialista, visto que escamas representou cerca de 80% da dieta. Esta espécie também apresenta maior número de dentes externos e mais desenvolvidos que as outras espécies.

Lepidophagy has been recorded in various species of Roeboides. In this study we analyzed ontogenetic variation in diet and dental development of three Roeboides species (R. paranensis, R. prognathus and R. microlepis). Roeboides paranensis consumed mainly insects, scales and microcrustaceans, and the smaller individuals (<3.4 cm - SL) consumed mostly insects. Scale were only consumed by individuals greater than 3.4 cm. Scales were the dominant item in the diet in all sizes of R. prognathus. The diet of R. microlepis was composed primarily of whole fishes, however, the smaller individuals (<5.4 cm) consumed only insects. During ontogeny, exterior migration of teeth in the mouth started at 3.7 cm in R. paranensis and 6.5 cm in R. microlepis. As body length increased more teeth migrated exteriorly. This leads to greater consumption of scales by three species. Roeboides prognathus appeared to be most specialized on scales, since they composed 80% of the diet, and was the species with the highest number of external teeth and the most developed.

A morphological and quantitative study in the ileal and colonic myenteric and submucous plexuses of rats after BAC denervation was performed. Four groups were employed: SI - ileum control; CBI - denervated ileum; SC - colon control; and CBC - denervated colon. We used the Myosin-V immunohistochemistry technique to study the myenteric and submucous plexuses. In the submucous plexus of the ileum and colon there was not a significant decrease in the number of neurons/mm2 and of ganglia/mm2. The denervation of the myenteric plexus in the group CBI was 44.7% and in the group CBC, 68.3%. In the myenteric plexus there was also a significant decrease in the number of ganglia/mm2 (13.8% in group CBI and 52.14% in group CBC) and in the number of neurons/ganglion (33.9% in group CBI and 39.6% in group CBC). The morphological analyses showed that there was an alteration in the shape of the ganglia of the ileal and colonic myenteric plexus. The area of the cell bodies had a significant increase both in the myenteric and the submucous plexus in groups CBI and CBC. These data demonstrate that the BAC treatment causes morphologic and quantitative changes in the myenteric plexus and quantitative changes in the cell body area of the submucous plexus.