O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do estresse salino sobre algumas respostas fisiológicas e bioquímicas em plântulas de cajueiro anão-precoce no mesmo estádio de desenvolvimento. As sementes foram semeadas em bandejas contendo vermiculita umedecida com água destilada ou com soluções de NaCl de diferentes condutividades elétricas: 0,7, 1,8, 6,0, 9,8, 13,4, 17,4 e 20,6 dS m-1. A salinidade retardou e inibiu o crescimento e o desenvolvimento das plântulas, particularmente na parte aérea. As concentrações de Na+ e Cl-, mas não as de K+, aumentaram em função do estresse salino. Exceto para prolina, as concentrações dos solutos orgânicos pouco variaram, em função do estresse salino. A atividade da catalase nas folhas aumentou levemente em função do estresse salino, enquanto a atividade da peroxidase do guaiacol foi induzida somente em baixos níveis de sal. Em contraste, as atividades das peroxidases do guaiacol e do ascorbato, nas raízes, aumentaram sobremodo. Os resultados sugerem uma proteção mais eficiente das raízes contra os danos oxidativos, resultando em um decréscimo na peroxidação dos lipídios. Observaram-se mudanças na expressão de 75 proteínas nas folhas, avaliadas por eletroforese 2D: 35 proteínas aumentaram sua expressão e três foram aparentemente sintetizadas de novo. Nas raízes, 69 proteínas foram modificadas pelo estresse salino: 34 proteínas aumentaram sua expressão e duas foram encontradas somente nas plântulas estressadas. As mudanças nos padrões protéicos aconteceram mais em função do estresse salino do que em resposta ao estádio de desenvolvimento e podem desempenhar um papel importante na aclimatação das plântulas de cajueiro ao estresse salino.
The effects of salt stress on some physiological and biochemical traits were evaluated in dwarf-cashew seedlings at the same developmental stage. Seeds were sown in trays containing vermiculite moistened with distilled water or with NaCl solutions having different electrical conductivities: 0.7, 1.8, 6.0, 9.8, 13.4, 17.4 and 20.6 dS m-1. Salinity delayed and inhibited seedling growth and development, particularly in the shoot. Concentrations of Na+ and Cl-, but not of K+, increased with increasing stress severity. With the exception of proline, concentration of organic solutes was only marginally affected by salt stress. Catalase activity in leaves increased slightly as a result of salt stress, whereas guaiacol peroxidase activity was induced only under low levels of salt. In contrast, activities of guaiacol peroxidase and ascorbate peroxidase increased dramatically in roots. Apparently, roots were better protected against oxidative damage than shoots, as judged from the decrease in lipid peroxidation in root tissues. In leaves, expression of 75 proteins, evaluated by 2D electrophoresis, was altered by salt stress: 35 of them increased their expression and three were apparently de novo synthesized. In roots, 69 proteins were modified by salt stress: 34 proteins increased their expression and two proteins appeared only in stressed seedlings. The changes in protein patterns were caused by the imposed salt stress rather than by a response to the developmental stage. Overall, these responses could play an important role in salt stress acclimation of cashew seedlings.