CONTEXTUALIZAÇÃO: O índice de respiração rápida e superficial (IRRS) tem sido o mais utilizado dentro das unidades de terapia intensiva (UTIs) como preditor do resultado do desmame, porém diferenças no método de obtenção têm gerado dúvidas quanto a seu valor preditivo. OBJETIVO: Verificar a influência de baixos níveis de pressão de suporte (PS) no valor do IRRS em pacientes graves. MÉTODO: Estudo prospectivo, incluindo 30 pacientes sob ventilação mecânica (VM) por 72 horas ou mais, prontos para extubação. Anteriormente à extubação, o IRRS foi obtido com o paciente conectado ao ventilador Evita-XL da DragerTM recebendo pressão de suporte ventilatório (PSV) e PEEP=5 cmH2O (IRRS_MIN) e, logo após, desconectado da VM e conectado a um ventilômetro de WrightTM, onde sua frequência respiratória e o volume corrente exalado eram registrados durante 1 minuto (IRRS_ESP). Os pacientes foram divididos de acordo com o desfecho em grupo sucesso extubação (GS) e grupo insucesso extubação (GI). RESULTADOS: Dos 30 pacientes, 11 (37%) falharam no processo de extubação. Na comparação intragrupos (IRRS_MIN x IRRS_ESP), os valores foram menores para o IRRS_MIN em ambos os grupos: GS (34,79±4,67 e 60,95±24,64) e GI (38,64±12,31 e 80,09±20,71) (p<0,05). Na comparação intergrupos não houve diferença entre IRRS_MIN (34,79±14,67 e 38,64±12,31), por outro lado, IRRS_ESP foi maior nos pacientes com falha na extubação: GS (60,95±24,64) e GI (80,09±20,71) (p<0,05). CONCLUSÃO: Em pacientes graves e sob VM acima de 72 horas, níveis mínimos de PS superestimam o IRRS, sendo necessária sua obtenção com o paciente respirando de forma espontânea sem o auxílio de PS.
BACKGROUND: The rapid shallow breathing index (RSBI) is the most widely used index within intensive care units as a predictor of the outcome of weaning, but differences in measurement techniques have generated doubts about its predictive value. OBJECTIVE: To investigate the influence of low levels of pressure support (PS) on the RSBI value of ill patients. METHOD: Prospective study including 30 patients on mechanical ventilation (MV) for 72 hours or more, ready for extubation. Prior to extubation, the RSBI was measured with the patient connected to the ventilator (DragerTM Evita XL) and receiving pressure support ventilation (PSV) and 5 cmH2O of positive end expiratory pressure or PEEP (RSBI_MIN) and then disconnected from the VM and connected to a Wright spirometer in which respiratory rate and exhaled tidal volume were recorded for 1 min (RSBI_ESP). Patients were divided into groups according to the outcome: successful extubation group (SG) and failed extubation group (FG). RESULTS: Of the 30 patients, 11 (37%) failed the extubation process. In the within-group comparison (RSBI_MIN versus RSBI_ESP), the values for RSBI_MIN were lower in both groups: SG (34.79±4.67 and 60.95±24.64) and FG (38.64±12.31 and 80.09±20.71; p<0.05). In the between-group comparison, there was no difference in RSBI_MIN (34.79±14.67 and 38.64±12.31), however RSBI_ESP was higher in patients with extubation failure: SG (60.95±24.64) and FG (80.09±20.71; p<0.05). CONCLUSIONS: In critically ill patients on MV for more than 72h, low levels of PS overestimate the RSBI, and the index needs to be measured with the patient breathing spontaneously without the aid of pressure support.