CONTEXTO E OBJETIVO: O uso de retalhos miocutâneos pediculados para reconstrução cirúrgica na região de cabeça e pescoço (RCP) é consagrado. Apresentaremos a experiência com o uso do retalho infrahiódeo (RIH) em reconstrução de defeitos cirúrgicos na cavidade oral e orofaringe em portadores de tumores benignos e malignos. O objetivo foi avaliar o índice de sucesso do RIH em defeitos da cavidade oral em uma única instituição. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo retrospectivo, no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). MÉTODOS: Foram utilizados 14 RIH para reconstrução em RCP em 11 homens (78,5%) e 3 mulheres (21,5%). Em nove (64,2%) pacientes, a reconstrução foi de assoalho oral anterior, três (21,4%) de base de língua, um (7,1%) de assoalho lateral e um de trígono retromolar (7,1%). O carcinoma espinocelular (CEC) foi neoplasia presente em 13 deles (92,8%) e um (7,2%) ameloblastoma de mandíbula. O estádio era T3 em oito (61,5%) e T4 em cinco (38,5%) dos casos de CEC. RESULTADOS: Não houve caso de perda total do retalho ou fístula. A complicação mais comum foi epidermólise, retardando o início da ingestão oral. Pacientes com CEC receberam radioterapia pós-operatória sem conseqüências para o retalho. CONCLUSÃO: O RIH é um retalho seguro e confiável para o cirurgião de cabeça e pescoço na reconstrução na RCP. Devido à espessura e maleabilidade, sua utilização para reconstrução de defeitos da cavidade oral e orofaringe proporciona bom aspecto cosmético e funcional. Complicações são de fácil manuseio.
CONTEXT AND OBJECTIVE: The use of pedicled myocutaneous flaps in head and neck reconstruction is widely accepted. Here we describe our experience with infrahyoid flaps (IHFs) employed to cover surgical defects in the oral cavity and oropharynx in patients with benign and malignant tumors. The aim was to evaluate the success rate for infrahyoid myocutaneous flap procedures performed at a single institution. DESIGN AND SETTING: Retrospective study, at the Head and Neck Surgery Service, Unicamp. METHODS: Fourteen IHFs were used to reconstruct surgical defects in eleven men (78.5%) and three women (21.5%) with a mean age of 66.4 years. The anterior floor of the mouth was reconstructed in nine patients (64.2%), the base of tongue in three (21.4%), the lateral floor in one (7.1%), and the retromolar area (7.1%) in one. Thirteen patients (92.8%) had squamous cell carcinoma (SCC) and one (7.2%) ameloblastoma. The disease stage was T3 in eight (61.5%) of the SCC cases and T4 in five (38.5%). RESULTS: No patient presented total flap loss or fistula. The most common complication was epidermolysis, which delayed the beginning of oral ingestion. The patients with SCC received postoperative radiotherapy without major consequences to the flap. CONCLUSION: IHF is a safe and reliable procedure for reconstructing head and neck surgical defects. Due to its thinness and malleability, its use for oral cavity and oropharynx defects provides favorable cosmetic and functional outcomes. Complications, when present, are easy to manage.