A presença de Al em níveis tóxicos no solo inibe o crescimento das raízes com reflexos negativos na absorção de água e de alguns nutrientes, especialmente do P. Sendo assim, a adição de grandes quantidades de fertilizantes fosfatados deverá tornar a absorção de P menos dependente da existência de um amplo sistema radicular e com isto diminuir a resposta das culturas à calagem. O presente trabalho objetivou avaliar o rendimento de milho de acordo com a aplicação de quantidades crescentes de P e de calcário. O experimento foi desenvolvido em Lages (SC), de 1994 a 1998, num Latossolo Bruno argiloso com pH 4,7, Al trocável = 39 mmol c kg-1, 1 mg kg-1 de P, que requeriam 9,0 t ha-1 de calcário para elevar o pH a 6,0. Combinaram-se três doses de calcário (0, 4,5 e 9,0 t ha-1) com quatro de P, no delineamento de parcelas subdivididas. As quantidades de P2O5 foram, respectivamente, de 60, 120, 180 e 240 kg ha-1, na primeira safra; de 40, 80, 120 e 160 kg ha-1, na segunda e na quarta, e de 30, 60, 90, e 120 kg ha-1, na terceira safra, perfazendo uma média de 42, 85, 127 e 170 kg ha-1 por cultivo, respectivamente. O efeito benéfico da calagem aumentou com o passar dos anos, de inexistente, no primeiro cultivo, para incrementos de até 39% no rendimento de milho. Na maioria das safras, a produtividade aumentou somente até pH 5,4, quando foi aplicada metade da dose de calcário recomendada pelo método SMP para elevar o pH até 6,0. Nos tratamentos que receberam as duas maiores doses de P2O5 (127 e 170 kg-1 ha-1 por cultivo), (média de 85 kg ha-1 por cultivo), a calagem não influiu no rendimento de milho. A adubação fosfatada aumentou a produtividade de milho em todas as safras, porém em magnitudes que decresceram com a elevação do pH. Os maiores rendimentos foram obtidos com a dose recomendada em duas delas, porém, em outras duas, a quantidade necessária foi 50% maior.
The existence of soil exchangeable Al in toxic levels inhibits root growth and elongation, with negative effects on water and nutrient uptake, especially of P. Thus, as soil P increases, plants become less dependent on a large root system, that may decrease crop response to liming. This study was carried out to evaluate the effect of liming and phosphorus fertilization on corn yield. The experiment was conducted in Lages, Southern Brazil, from 1994 to 1998, in a clayed Oxisol (Hapludox) with pH 4.7, exchangeable Al of 39 mmol c kg-1, P of 1.0 mg kg-1, and liming requirement of 9 t ha-1 to raise soil water pH to 6.0. Treatments consisted of a factorial with three rates of liming (0, 4.5 and 9.0 t ha-1) and four of P2O5, respectively 60, 120, 180 and 240 kg ha-1 in the first crop; 40, 80, 120 and 160 kg ha-1 in the second and fourth crop; and 30, 60, 90, and 120 kg ha-1 in the third crop. The effect of liming increased with time from null in the first year up to increments of 39% on corn yield. On most growing seasons, yield increased up to pH 5.4, where half of the liming required to achieve pH 6.0 was applied. On treatments that received the two highest rates of P2O5 (127 and 170 kg-1 ha-1 per crop), liming had no effect on corn yield. Addition of P increased corn yield in all seasons but the magnitude decreased as soil pH increased. The highest productivities were obtained with recommended P rate in two growing seasons, but in the remaining two, it was necessary to apply 50% more.