OBJETIVO: As infecções nas unidades de terapia intensiva estão associadas a elevada morbidade e mortalidade, além de alto custo. A análise desses aspectos pode contribuir para a otimização de recursos financeiros relacionados. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, realizado por meio de análise de banco de dados de gestão hospitalar e qualidade em medicina intensiva (Sistema de Gestão Hospitalar - SGH) e RM Janus®. A análise dos gastos foi realizada por meio de avaliação dos medicamentos e materiais utilizados na assistência médica direta. Os valores obtidos foram em moeda nacional (Real). Foi realizada análise de gastos e permanência para toda amostra estudada. Utilizou-se a mediana para determinação dos gastos envolvidos. Os gastos foram ajustados pela permanência na unidade de terapia intensiva. RESULTADOS: A análise de 974 indivíduos mostrou que 51% eram do gênero masculino, e a idade média foi de 57±18,24 anos. A infecção nosocomial relacionada à unidade de terapia intensiva foi encontrada em 87 pacientes (8,9%). A mediana dos gastos por internação e permanência de toda amostra foi de R$ 1.257,53 e 3 dias, respectivamente. A comparação entre pacientes com infecção e sem infecção, por meio de medianas, mostrou maior permanência (15 [11-25] versus 3 [2-6] dias; p< 0,01), maior gasto por paciente em unidade de terapia intensiva (mediana R$9.763,78 [5.445,64-18.007,9] versus R$1.093,94 [416,14-2.755,90]; p<0,01) e maior gasto por dia de internação em unidade de terapia intensiva (R$618,00[407,81-838,69] versus R$359,00[174,59-719,12]; p<0,01). CONCLUSÃO: As infecções nosocomiais relacionadas à unidade de terapia intensiva foram determinantes de maior gasto e permanência, embora o modelo do estudo não permita a avaliação aspectos de causa efeito.
OBJECTIVE: Infections in intensive care units are often associated with a high morbidity and mortality in addition to high costs. An analysis of these aspects can assist in optimizing the allocation of relevant financial resources. METHODS: This retrospective study analyzed the hospital administration and quality in intensive care medical databases [Sistema de Gestão Hospitalar (SGH)] and RM Janus®. A cost analysis was performed by evaluating the medical products and materials used in direct medical care. The costs are reported in the Brazilian national currency (Real). The cost and length of stay analyses were performed for all the costs studied. The median was used to determine the costs involved. Costs were also adjusted by the patients' length of stay in the intensive care unit. RESULTS: In total, 974 individuals were analyzed, of which 51% were male, and the mean age was 57±18.24 years. There were 87 patients (8.9%) identified who had nosocomial infections associated with the intensive care unit. The median cost per admission and the length of stay for all the patients sampled were R$1.257,53 and 3 days, respectively. Compared to the patients without an infection, the patients with an infection had longer hospital stays (15 [11-25] versus 3 [2-6] days, p<0.01), increased costs per patient in the intensive care unit (median R$9.763,78 [5445.64 - 18,007.90] versus R$1.093,94 [416.14 - 2755.90], p<0.01) and increased costs per day of hospitalization in the intensive care unit (R$618,00 [407.81 - 838.69] versus R$359,00 [174.59 - 719.12], p<0.01). CONCLUSION: Nosocomial infections associated with the intensive care unit were determinants of increased costs and longer hospital stays. However, the study design did not allow us to evaluate specific aspects of cause and effect.