Resumo Os abatedouros de bovinos, suínos e aves estão entre as dez atividades econômicas que mais empregam no estado de Mato Grosso do Sul. Contudo, figuram entre aquelas com maiores índices de afastamento do trabalho por acidentes ou doença. Diante disso, o objetivo deste artigo é analisar a relação de intensificação e dos afastamentos do trabalho nos frigoríficos do estado. À luz do materialismo histórico, a pesquisa se utilizou das bases de dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do banco de dados do Ministério da Agricultura referente ao abate de carne no estado de Mato Grosso do Sul (Sipoa/DDA/SFA-MS), bem como, de forma complementar, recorreu à análise documental de processos trabalhistas do Tribunal Regional do Trabalho e de procedimentos do Ministério Público do Trabalho. Por meio da triangulação dos dados, foi possível concluir que há relação positiva entre a intensificação do trabalho e os afastamentos nos frigoríficos. Esse processo se materializa na intensificação da exploração do trabalho no período entre 2007 e 2017. Um trabalhador em 2017 produziu o equivalente a 1,75 trabalhador de 2007. Foi constatado que o processo de intensificação do trabalho tem levado os trabalhadores ao adoecimento. Em 2017, foram registrados 1387 afastamentos de longo período, trabalhadores que permaneceram afastados de suas funções laborais por 360 dias ou mais, o equivalente a 5,3% dos empregados do setor frigorífico.
Abstract Slaughterhouses are among the ten economic activities that employ the most people in the state of Mato Grosso do Sul. However, they also have have the highest rates of absence from work due to accidents or illness. This article aims to analyze the relationship of intensification and leave from work in slaughterhouses in Mato Grosso do Sul. In the light of historical materialism, this research deployed the databases of the Annual List of Social Information and the database of the Ministry of Agriculture regarding animal slaughter in the state of Mato Grosso do Sul and, in a complementary way, resorted to the documentary analysis of labor lawsuits of the Regional Labor Court and procedures of the Public Ministry of Labor. Through data triangulation, it was possible to conclude there is a positive relationship between the intensification of work and absences in the slaughterhouses. This process is materialized in the intensification of labor exploitation between 2007 to 2017. One worker in 2017 produced the equivalent of 1.75 workers in 2007. The results show that the intensification of work has led workers to illness. In 2017, 1387 long-term absences were recorded, with workers were absent from work for 360 days or more, equivalent to 5.3% of employees in the slaughterhouse sector.
Resumen Los mataderos de ganado bovino, porcino y avícola se encuentran entre las diez actividades económicas que más emplean en el estado de Mato Grosso do Sul. Sin embargo, figuran entre las actividades que presentan las tasas más altas de ausentismo laboral por accidente o enfermedad. Por lo tanto, el objetivo de este artículo fue analizar la relación de la intensificación y de las licencias del trabajo en los mataderos de Mato Grosso do Sul. A la luz del materialismo histórico, la investigación utilizó las bases de datos de la Lista Anual de Información Social y del Ministerio de Agricultura sobre el sacrificio de ganado en el estado de Mato Grosso do Sul y, de forma complementaria, recurrió al análisis documental de demandas laborales del Tribunal Laboral Regional y los procedimientos del Ministerio Público de Trabajo. A través de la triangulación de datos fue posible concluir que existe una relación positiva entre la intensificación del trabajo y las licencias en los mataderos. Este proceso se materializa en la intensificación de la explotación laboral en el período comprendido entre 2007 y 2017. Un trabajador en 2017 produjo el equivalente a 1,75 trabajadores en 2007. Se constató que el proceso de intensificación del trabajo ha llevado a los trabajadores a la enfermedad. En 2017, se registraron 1387 licencias a largo plazo, trabajadores que permanecieron fuera de su trabajo durante 360 días o más, lo que equivale al 5,3 % de los empleados del sector de mataderos.