Resumo Os grandes números, as estatísticas estatais, são produzidos ao longo de uma extensa cadeia de transformações na qual se criam entidades de um tipo particular: as realidades estatísticas. O texto analisa uma realidade específica, a favela, a partir de diferentes resistências à sua quantificação. Mostro que estas não interditam a produção dos números, mas, pelo contrário, são mobilizadoras, participando da criação do acordo necessário para que se produzam entidades consideradas reais. Também demonstro, no caso das favelas, a relação entre os dois sentidos da normalidade em jogo nas estatísticas: aquilo que é recorrente e o que é desejável e saudável.
Abstract Large numbers, state statistics, are produced along an extensive chain of transformations in which a particular kind of entity is created: statistical realities. The article analyses a specific reality, the favela, based on various resistances to its quantification. I show these resistances do not interdict the production of numbers but, on the contrary, they are mobilizers, participating in the creation of the necessary agreements to the construction of entities considered real. I also demonstrate, for the favelas, the relationship between the two meanings of normality at play in statistics: what is recurrent and what is considered desirable and healthy.
Resumen Los grandes números, las estadísticas estatales, son producidos a lo largo de una extensa cadena de transformaciones, en la cual son creadas entidades de un tipo particular: las realidades estadísticas. El texto analiza una realidad específica, la favela, a partir de las diversas resistencias a su cuantificación. Enseño que estas resistencias no impiden la producción de los números, por lo contrario, participan de la creación del acuerdo necesario para la creación de entidades consideradas reales. Además demuestro, en el caso de las favelas, la relación entre los dos sentidos de la normalidad en juego en las estadísticas: aquello que es recurrente y aquello que es deseable y saludable.