Resumo Tolerancia à dessecação vegetativa (TDV) é um processo biológico que permite que plantas revivescentes sobrevivam a ciclos completos de dessecação-reidratação sem danos permanentes. Alterações fisiológicas e bioquímicas relacionadas à TDV foram avaliadas na licófita Selaginella convoluta do bioma Caatinga, em uma floresta tropical sazonalmente seca do nordeste do Brasil. Como representante da mais antiga divisão de plantas vasculares não extintas, a investigação de mecanismos de TDV nesta espécie serve como uma oportunidade para fornecer informações para comunidades de pesquisa interessadas em características funcionais relacionadas às condições limitantes de água. Os experimentos foram conduzidos com plantas em seu habitat natural, nas estações seca e chuvosa, e em potes sob casa de vegetação sombreada. Conteúdo relativo de água, fluorescência da clorofila a, trocas gasosas, atividade de enzimas antioxidantes, concentração de clorofilas, proteínas, aminoácidos totais, prolina e carboidratos solúveis de tecidos foliares foram avaliados ao longo dos processos de completa dessecação e subsequente reidratação de plantas intactas. Os resultados revelam a capacidade de S. convoluta para tolerar desidratação extrema e rapidamente recuperar após a reidratação. Esta espécie minimiza danos potenciais durante o ciclo de dessecação-reidratação devido à presença de mecanismos protetivos dos tipos indutivos (inibição fotoquímica, acúmulo de sacarose) e constitutivos (atividade antioxidante de catalase e ascorbato peroxidase), mostrando similaridades com a TDV de angiospermas e briófitas. (TDV dessecaçãoreidratação permanentes Caatinga Brasil extintas água natural chuvosa sombreada gasosas antioxidantes clorofilas proteínas totais intactas S inibição fotoquímica sacarose peroxidase, peroxidase , peroxidase) briófitas
Abstract Vegetative desiccation tolerance (VDT) is a biological process that allows resurrection plants to complete desiccation-rehydration cycles and survive without permanent damage. Physiological and biochemical changes related to the VDT were evaluated in the lycophyte Selaginella convoluta from the Caatinga biome, a seasonally dry tropical forest of northeastern Brazil. As representative of the oldest division of extant vascular plants, the investigation of VDT mechanisms in this species serves as an opportunity to provide information for research communities interested in functional traits related to water-limited conditions. The experiments were performed with plants in their natural habitat, in dry and rainy seasons, and in pots under shade house conditions. Relative water content, chlorophyll a fluorescence, gas exchange, activity of antioxidant enzymes, concentration of chlorophylls, proteins, total amino acids, proline, and soluble carbohydrates in leaf tissues were evaluated throughout the process of complete dehydration and subsequent re-watering of intact plants. The overall results reveal the capacity of S. convoluta to tolerate extreme dehydration and rapidly recover upon rehydration. This species minimizes potential damages during the desiccation-rehydration cycle due to the presence of inductive mechanisms (photochemical preventing, sucrose accumulation) and constitutive mechanisms (antioxidant activity of catalase and ascorbate peroxidase), which share similarities with the VDT of both angiosperms and bryophytes. (VDT desiccationrehydration rehydration damage biome Brazil waterlimited limited conditions habitat seasons content fluorescence exchange enzymes chlorophylls proteins acids proline rewatering re watering S photochemical preventing accumulation peroxidase, peroxidase , peroxidase) bryophytes