Um estudo seccional de base populacional foi desenvolvido no município de Sabará, região sudeste do Brasil, para identificar a leishmaniose visceral humana assintomática em uma área urbana de baixa prevalência da doença. Foi coletado sangue em papel filtro (n=1.604 moradores), sendo examinados pela reação de imunofluoresência indireta, ensaio imunoenzimático e teste imunocromatográfico (strip test). As taxas de prevalência da infecção variaram de 2,4 a 5,6%, dependendo do teste utilizado. Um ano depois foi coletado sangue venoso de um subgrupo de 226 participantes (102 soropositivos e 124 soronegativos). Os testes realizados foram IFAT, ELISA, rk39-ELISA, reação em cadeia da polimerase e hibridização com sonda específica para o complexo Leishmania donovani. Não foi observado nenhum sinal clínico ou sintoma de leishmaniose. Usando a hibridização como teste de referência, a sensibilidade e especificidade dos testes sorológicos foram, respectivamente: 24.8 e 71% (ELISA); 26,3 e 76,3% (rk39-ELISA); 30,1 e 63,4% (IFAT). Devido a discordâncias, diferentes critérios foram testados para definir a presença da infecção e a hibridização deveria ser considerada em estudos epidemiológicos.
A population-based cross-sectional study was set up in Sabará country, Southeastern Brazil, to identify asymptomatic human visceral leishmaniasis in an urban area of low disease prevalence. Blood was collected on filter paper (n=1,604 inhabitants) and examined by indirect immunofluorescent test, enzyme-linked immunosorbent assay and immunochromatographic strip test. The prevalence rates of infection ranged from 2.4 to 5.6% depending on the test used. One year later, venous blood was collected in a subset of 226 participants (102 seropositive and 124 seronegative). The tests performed were IFAT, ELISA, rk39-ELISA, polymerase chain reaction and hybridization with Leishmania donovani complex probe. No clinical signs or symptoms of leishmaniasis were observed. Using hybridization as a reference test, the sensitivity and specificity of serology were respectively: 24.8 and 71% (ELISA); 26.3 and 76.3% (rk-39); 30.1 and 63.4% (IFAT). Due to disagreements, different criteria were tested to define the infection and hybridization should be considered in epidemiological studies.