Comparo, neste texto, a modalidade de empréstimo de dinheiro imposta pelos "gota a gota" com a minha experiência como voluntária no Banco de la Esperanza,em Urabá, considerada uma das regiões mais violentas da Colômbia durante, pelo menos, quatro décadas. Mediante este contraste, passo a analisar a relação entre o que denomino "presente permanente" e determinados aspectos da troca, a saber: "o costume de ficar devendo", "a necessidade de pedir emprestado", e o imperativo de que "tudo deve ser dado". No caso estudado, tais efeitos são aspectos primordiais da vida coletiva e da reprodução social. Busco, em particular, explorar a relação entre violência e "economia", vínculo que costuma ser relegado ao campo da ilegalidade.
In this paper, I compare the financial loan method of the "drop by drop" system with my experience as a volunteer at the Banco de la Esperanza in Urabá, a region that has been, for at least four decades, considered one of the most violent regions of Colombia. Through this comparison, I proceed to analyze the relationship between what I call the idea of "permanent present" and certain aspects of the exchange, namely: "the habit of owing people money", "the need to borrow money" and the imperative that "everything must be given for free". In my case study, these effects represent fundamental aspects of community life and social reproduction. My specific aim is to explore the relationship between violence and economics, which is usually relegated to the realm of illegality.