RESUMO: Modelos animais são essenciais para entender a placenta humana sadia. Neste sentido os roedores relacionados ao porquinho da índia tornaram-se foco para tal entendimento. Em particular, os processos de invasão trofoblástica são semelhantes. O último está associado a uma área especializada, a subplacenta. Uma vez que os resultados anteriores mostraram diferenças entre o porquinho da índia e seu relativo o preá, buscamos estudar o desenvolvimento subplacentário com mais detalhes. Pesquisamos 16 fêmeas gestantes de 14 a 55 dias de gestação por meio de histologia, morfometria, imuno-histoquímica e microscopia eletrônica. A sobreposição entre os sistemas sanguíneos materno e fetal apresentou-se com íntima relação, sugerindo alguns processos de troca. A proliferação foi revelada por três métodos independentes, sendo mais ativos no início e metade da gestação, o que corroborou com os resultados anteriores. Embora a degeneração dos tecidos tenha ocorrido, a subplacenta foi mantida até o termo gestacional com acesso à vascularização fetal, apoiando uma hipótese sobre a liberação de substâncias para a unidade fetal em gestação avançada. Em contraste com outras espécies, o trofoblasto extraplacentário mostrou uma mudança de flâmulas sinciciais para células gigantes durante a metade da gestação. As visualizações sobre a placentação em caviomorfos foram influenciadas pelo porquinho da índia, mas nossos dados apoiaram estudos recentes de que a subplacenta apresentava uma plasticidade muito maior. Em relação ao crescimento subplacentário, a degeneração e provavelmente também os processos de troca, o preá e outras espécies apresentaram um padrão mais basal de caviomorfos do que o porquinho da índia. Tais diferenças devem ser consideradas, ao escolher os modelos animais mais adequados para fins especiais em comparação com a placentação humana.
ABSTRACT: Animal models are essential to understand healthy human placentation. Guinea pig related rodents became on focus for such purposes. In particular, processes of trophoblast invasion are similar. The latter is associated with a specialized area, the subplacenta. Since previous results showed differences between the guinea pig and its close relative Galea spixii, we aimed to study subplacental development with more detail. We investigated 16 pregnant females of 14 to 55 days of gestation by means of histology, morphometrics, immunohistochemistry and electron microscopy. The overlap between the fetomaternal blood systems resulted as intimate, suggesting some exchange processes. Proliferation was revealed by three independent methods, being most active in early and mid-gestation, which was in accordance to former results. Though degeneration of tissues took place, the subplacenta was maintained towards term with access to the fetal vascularization, supporting a hypothesis about the release of substances to the fetal unit in advanced gestation. In contrast to other species, the extraplacental trophoblast showed a shift from syncytial streamers to giant cells during mid-gestation. Views on placentation in caviomorphs were influenced by the guinea pig, but our data supported recent studies that the subplacenta had a much greater placidity. In regard to subplacental grow, degeneration and likely also exchange processes, Galea and other species showed a more basal pattern of caviomorphs than the guinea pig. Such differences should be considered, when choosing most adequate animal models for special purposes in comparison to human placentation.