Resumen: Este artículo explora transiciones y desplazamientos en el lenguaje sindical y su articulación con las autopercepciones de clase. Para ello partimos de una extensa conversación con un grupo de obreros que, en lo reciente y a instancias de su sindicato, pudo comprar su primera vivienda en Villa Argentina, un “barrio jardín” edificado a comienzos del siglo XX para albergar al personal de Cervecería y Maltería Quilmes. A partir de sus experiencias y acciones, analizamos el agenciamiento que opera para dos términos clave y usualmente contrapuestos: “derechos” y “beneficios”. Nuestra intención es, por una parte, comprender los hechos sociales que configuran y dinamizan su relación en el marco de un proceso histórico que, thompsonianamente, intenta no confundir las clases con las relaciones sociales de producción. Por la otra, reflexionar sobre los modos en que nuestras expectativas -políticas, intelectuales, académicas- pueden resultar en limitaciones a la hora de captar, no solo la coyuntura, sino también las profundas transformaciones experimentadas por el mundo popular.
Abstract: This article explores transitions and shifts in trade union language and their connections with class self-perceptions. Our starting point involved an extensive conversation with a group of workers who, with the encouragement of their union, had recently purchased their first home in Villa Argentina. This "garden neighborhood", constructed at the beginning of the 20th century, was originally intended to accommodate the staff of the Quilmes Brewery and Malting Plant. Drawing from their experiences and actions, we analyze the agency that operates in the interplay of two key and often opposing concepts: "rights" and "benefits". On the one hand, we aim to understand the social facts that configure and dynamize their relationship within the framework of a historical process that, following a Thompsonian approach, avoids confusing classes with the social relations of production. On the other hand, we reflect on how our expectations -whether political, intellectual or academic- might impose limitations on fully grasping not only the overall situation, but also the profound transformations experienced by the popular sector.
Resumo: Este artigo explora as transições e os deslocamentos na linguagem sindical e sua articulação com as autopercepções de classe. Para isso, partimos de uma extensa conversa com um grupo de operários que, recentemente e a pedido de seu sindicato, conseguiram comprar sua primeira casa em Villa Argentina, um "bairro jardim" construído no início do século XX com o intuito de abrigar o pessoal da Cervecería y Maltería Quilmes. Com base em suas experiências e ações, analisamos a agência que opera com relação a dois termos centrais e geralmente conflitantes: “direitos” e “benefícios”. A nossa intenção é, por um lado, compreender os fatos sociais que configuram e dinamizam a sua relação no quadro de um processo histórico que, de forma thompsoniana, procura não confundir as classes com as relações sociais de produção. Por outro lado, refletir sobre como nossas expectativas -políticas, intelectuais e acadêmicas- podem resultar em limitações na hora de captar não só a situação, mas também as profundas transformações vividas pelo mundo popular.