RESUMO Embora o acesso de pessoas com deficiência (PcD) ao trabalho venha se intensificando ante uma tendência global de humanização, a parcela desse segmento populacional formalmente empregada ainda está longe do esperado. Visando problematizar tal cenário, este artigo buscou compreender como as produções científicas têm discutido sobre PcD no contexto de trabalho brasileiro. Mediante revisão sistemática de literatura publicada de 2010 a 2021 nas bases de dados Web of Science, Spell e Periódicos Capes, dentre outros critérios, chegou-se a um corpus de 33 artigos para subsidiar as análises. Por fim, constatou-se que, apesar dos avanços normativos e culturais, persistem algumas barreiras urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes, na comunicação e informação, atitudinais e tecnológicas, que desencadeiam dificuldades relacionadas à acessibilidade, ao preconceito e à discriminação. Tais obstáculos dificultam a inclusão das PcD no contexto laboral e demandam ações das organizações que, aliadas a atuações complementares das famílias dessas pessoas e do Estado, têm o potencial de viabilizar efetivas transformações sociais.
ABSTRACT Although the access of people with disabilities (PwD) to work is intensifying due to a global trend of humanization, the portion of this segment that is formally employed is still tiny. In order to problematize such a scenario, this article sought to understand how scientific productions have been discussing PwD in the Brazilian work context. From a systematic review of literature published from 2010 to 2021 in the Web of Science, Spell and CAPES Periodicals databases, among other criteria, a corpus of 33 articles was reached to support the analyses. Finally, it was found that, despite the normative and cultural advances, some urban, architectural, transport, communication and information, attitudinal and technological barriers persist, which trigger difficulties related to accessibility, prejudice and discrimination. Such obstacles make it impossible to include PwD in the work context and demand actions from organizations that, combined with complementary actions by the families of these people and the State, have the potential to enable effective social transformations.