RESUMO OBJETIVO Apontar desafios e oportunidades para o Sistema Único de Saúde (SUS) com o uso do telemonitoramento para enfrentar o aumento crescente dos custos com as doenças crônicas não transmissíveis, a partir do seu panorama geral no Brasil, dinâmica empresarial e reaplicação de dados de estudos americanos. MÉTODOS Este trabalho se enquadra na abordagem quali-quantitativa com pesquisa do tipo exploratória, e o trabalho de campo se concentrou na análise do mercado nacional a partir das empresas privadas, pois não se identificaram experiências ou estudos relacionados a esse tema no SUS. Para análise do panorama e da dinâmica do mercado, investigou-se a oferta a partir dos produtos e serviços disponíveis e a demanda por meio dos hospitais de referência, bem como as dez maiores empresas de planos de saúde privados. Para subsidiar a discussão central deste estudo, analisou-se a redução de custos com as internações hospitalares pelo SUS decorrentes das doenças crônicas não transmissíveis mais impactadas pelo telemonitoramento (IDCST), utilizando-se dados do Datasus e de alguns estudos americanos da base de dados MEDLINE/PubMed. RESULTADOS Embora em fase embrionária, os agentes empresariais se posicionam na busca por novas oportunidades de negócios, enquanto na saúde coletiva não há aparentemente iniciativas públicas para o uso do telemonitoramento. A reaplicação dos dados estadunidenses implicaria uma redução significativa nos gastos com IDCST pelo SUS, sem considerar outros benefícios, tais como a redução nos atendimentos nas salas de emergência, internações agudas, reinternações e tempo de cuidados domiciliares, entre outros, que apontam para ganhos econômicos ainda superiores com o uso do telemonitoramento. CONCLUSÕES O desenvolvimento de um grande projeto para a redução das IDCST a partir dessa tecnologia tem potencial para avançar em uma rede integral de atenção básica, contribuir para uma maior dinamização da base produtiva e inovativa nacional e induzir inovações em toda a cadeia dessa indústria emergente.
ABSTRACT OBJECTIVE To point out challenges and opportunities for the Brazilian Unified Health System (SUS) with the use of telemonitoring to face the increasing costs of non-communicable chronic diseases, based on its general panorama in Brazil, business dynamics and reapplication of data from American studies. METHODS Quali-quantitative approach with exploratory research. The field work focused on the analysis of the national market from private companies, since no experiences or studies related to this theme were identified in the SUS. To analyze the panorama and market dynamics, we investigated the offer of this technology based on the products and services available and their demand by reference hospitals the ten largest private health plan companies. To support the central discussion, we analyzed the reduction of costs with hospital admissions by the SUS due to chronic non-communicable diseases sensitive to telemonitoring (HCDST), using data from Datasus and some American studies from the MEDLINE/PubMed database. RESULTS Although in the embryonic phase, business agents search for new business opportunities, whereas public initiatives for the use of telemonitoring in collective health seem inexistent. The reapplication of U.S. data would reduce spending on HCDST and provide benefits, such as the reduction in emergency room care, acute hospitalizations, readmissions and home care time, among others, which point to even greater economic gains. CONCLUSIONS The development of a major project to reduce HCDST using this technology has the potential to advance in a comprehensive network of primary care, contribute to a greater dynamism of the national productive and innovative base and induce innovations along the chain of this emerging industry.