RACIONAL: A doença do refluxo gastroesofágico, considerada uma das afecções digestivas de maior prevalência nos países ocidentais, tem sido bastante estudada. Merece destaque o grande número de publicações existentes na literatura médica sobre o tema. Contudo, há controvérsia em relação a vários aspectos relevantes da afecção. OBJETIVOS: Salientar tópicos importantes da doença e apresentar revisão de literatura do tema. Foram revistos os seguintes tópicos: definição, prevalência, manifestações clínicas, diagnóstico, indicações e limitações dos principais métodos diagnósticos e tratamento clínico, cirúrgico e endoscópico MATERIAL E MÉTODOS: Pesquisou-se, via Internet: artigos de revisão, consensos, "guidelines" e revisões sistemáticas de literatura com meta-análise, publicados nos últimos 5 anos (2000 a 2005), nas seguintes bases de dados: Central de Registro de Estudos Controlados da Cochrane Library e na PubMed. Dentre muitos trabalhos encontrados, foram selecionados nove revisões sistemáticas de literatura com meta-análise, cinco revisões de literatura com critérios de inclusão bem definidos, cinco "guidelines" e quatro publicações de consensos, que abordassem os tópicos propostos para a revisão. Vale salientar que, como se observa nas referências bibliográficas, não foram consideradas apenas as publicações encontradas na referida pesquisa; outras publicações relevantes (algumas anteriores ao período de tempo analisado) foram consideradas na redação do presente texto CONCLUSÕES: Dentre as 12 conclusões apresentadas, destacam-se duas: 1. a impedanciometria esofágica tem contribuído substancialmente para o melhor conhecimento da doença do refluxo gastroesofágico e se desponta, quando associada à pHmetria (impedanciopHmetria esofágica), como o novo padrão-ouro para o diagnóstico do refluxo gastroesofágico, e 2. dentre os sintomas da afecção há os que podem ser considerados ácido-dependentes que costumam responder bem ao tratamento com inibidores de bomba de prótons. Contudo, há também sintomas que são mais dependentes da presença física do refluxo do que da sua acidez. Esses, que não dependem tanto do teor ácido do refluxo, não são bem controlados pelo uso de anti-secretores.
BACKGROUND: Gastroesophageal reflux disease, considered one of the most common digestive diseases in western countries, has been very much studied. The great number of publications in medical literature based upon this issue must be pointed out. However, some of its aspects remain controversial. AIMS: To emphasize important topics of the disease and to present a review on the theme. The following topics were reviewed: defi nition, prevalence, clinical complaints, indications and limitations of the major diagnostic methods and medical, surgical and endoscopic treatments. MATERIAL AND METHODS: We searched, by internet: selected review articles, consensus, guidelines and systematic reviews with meta-analysis, published in the last 5 years (from 2000 to 2005), in the following data bases: Cochrane Central Register of Controlled Trials (The Cochrane Library) and PubMed. Among lots of papers which were found, we selected nine systematic reviews with meta-analysis, fi ve review articles, fi ve guidelines and four consensus, that dealt with the topics we had decided to review. It must be pointed out that, as it has been observed in our bibliographical references, not only the publications found were taken into account; other relevant ones (some of them published previously to the analyzed time period) were considered in the composition of this present paper. CONCLUSIONS: Among the 12 conclusions presented, two have to be emphasized: 1. the esophageal multichannel intraluminal impedance has largely contributed to the better knowledge of the gastroesophageal reflux disease and it suggests, when associated with pHmetry (esophageal impedance-pHmetry), as a new gold standard to the gastroesophageal reflux diagnosis and 2: among the gastroesophageal reflux disease symptoms some of them may be considered acid dependents and can usually get good responses to the proton pump inhibitors. Nevertheless, there are also some symptoms which are more dependent on the physical presence of the reflux rather than its acidity. Such symptoms, which do not depend so much on the acidity of the reflux, are not well controlled by the proton pump inhibitors.