Resumo Usando a lente da responsabilidade social corporativa política (RSCP) do parentalismo, investigamos neste artigo as dinâmicas e estratégias interacionais mais sutis e menos visíveis de poder, resistência e justificativa, que se manifestam entre uma fundação governada por vários stakeholders e as vítimas do colapso da barragem de uma empresa de mineração. Os dados foram coletados por meio de uma combinação de trabalho de campo e análise de arquivos para avaliar as percepções das vítimas, seus defensores e executivos da fundação. O campo revelou doze tensões dialéticas nas tentativas da Fundação Renova de reparar as injustiças causadas às vítimas. Neste trabalho, propomos um modelo de processo dialético de resistência e subversão das partes interessadas à RSCP parentalista, dado que, para se chegar a um acordo, o tempo foi usado estrategicamente em protelações que visavam exaurir as vítimas. Além disso, as organizações justificam seu parentalismo culpando os atrasos na burocracia e a responsabilidade compartilhada de múltiplas partes interessadas para qualquer deliberação. Por fim, defendemos que as vítimas devem ter paridade de voz na definição de sua reparação e que não cabe às empresas responsáveis por causar danos a decisão dessas questões.
Abstract Using the political corporate social responsibility (PCSR) lens of parentalism, this paper investigates the more subtle and less-visible interactional dynamics and strategies of power, resistance and justification that manifest between a multi-stakeholder-governed foundation and victims of a mining corporation’s dam collapse. The Renova Foundation was established to provide remedy through a deliberative approach to hundreds of thousands of victims from Brazil’s worst socio-environmental disaster - the collapse of Samarco Mining Corporation’s Fundão tailings dam. Data were collected from a combination of fieldwork and archival analysis to assess the perceptions of victims, their defenders and foundation executives. The findings reveal 12 dialectical tensions from Renova’s attempts to remedy the victim’s injustices. The case analysis contributes through proposing a dialectical process model of stakeholder resistance and subversion to parentalist PCSR. The case reveals the pivotal use of time via the act of stalling as a strategic resource to exhaust victims and reach settlements. Furthermore, organizations justify their parentalism by blaming delays on the bureaucracy and shared responsibility of multi-stakeholder deliberation. Ultimately, I contend that victims must have an equal voice in the outcome of their remediation and that businesses responsible for causing harm should not decide these matters.
Resumen Utilizando la lente de la responsabilidad social corporativa política (PCSR) del parentalismo, este documento investiga las dinámicas y estrategias interaccionales más sutiles y menos visibles de poder, resistencia y justificación que se manifiestan entre una fundación gobernada por múltiples partes interesadas y las víctimas de la ruptura de una represa de relaves. La Fundação Renova se estableció para brindar reparación mediante un enfoque deliberativo a cientos de miles de víctimas del peor desastre socioambiental de Brasil: el colapso de la represa Fundão, de propiedad de Samarco Mineração. Los datos se recopilaron a partir de una combinación de trabajo de campo y análisis de archivos para evaluar las percepciones de las víctimas, sus defensores y ejecutivos de la fundación. Los hallazgos revelan 12 tensiones dialécticas en los intentos de Renova de remediar las injusticias a las víctimas. El análisis de caso contribuye proponiendo un modelo de proceso dialéctico de resistencia y subversión de los interesados a la PCSR parentalista. El caso revela el uso del tiempo como recurso estratégico, con demoras destinadas a agotar a las víctimas y llegar a acuerdos. Además, las organizaciones justifican su parentalismo atribuyendo los retrasos a la burocracia y a la responsabilidad compartida de múltiples partes interesadas para cualquier deliberación. Finalmente, sostenemos que las víctimas deben tener paridad de voz en la definición de su reparación y que la decisión de esas cuestiones no les compete a las empresas responsables de causar daños.