Resumo Este artigo trata sobre as práticas, bem como os discursos médicos e administrativos especializados nas crianças abandonados e órfãos, atendidos pela seção Amas de Oriente do Hospício de Bogotá, entre 1918 e 1936. Mediante a crítica documental, analisou-se um corpus elaborado a partir do Arquivo da Beneficência de Cundinamarca. A documentação permitiu uma aproximação ao funcionamento da assistência pública em geral e, especificamente, ao do Hospício. Além disso, facilitou o estudo das estratégias de atenção, vigilância e dirigidas à primeira infância e às amas de campo. Isto último contribuiu à descoberta de um sistema oficial de amas de leite para a infância abandonada. Para compreendê-lo, reconstruiu-se o contexto histórico da pobreza, a desigualdade, o trabalho feminino, a nutrição e a economia da saúde. As crianças menores foram atendidas por amas de leite assalariadas, mulheres camponesas mal pagas, utilizadas pelas autoridades, tratadas de ignorantes, sujas e doentes. Foi um sistema de criação duradouro, talvez porque era mais viável e menos oneroso que o modelo de atenção intra mural do Hospício de Bogotá. Paradoxalmente, este sistema criado como instituição especializada na lactação delegada, terminou convertendo-se em uma instituição de maternidade substituta.
Resumen Este artículo aborda las prácticas, así como los discursos médicos y administrativos especializados en los niños y niñas abandonados y huérfanos, atendidos por la sección Amas de Oriente del Hospicio de Bogotá, entre 1918 y 1936. Mediante la crítica documental, se analizó un corpus elaborado a partir del Archivo de la Beneficencia de Cundinamarca. La documentación permitió una aproximación al funcionamiento de la asistencia pública en general y, específicamente, al del Hospicio. Además, facilitó el estudio de las estrategias de atención, vigilancia y control dirigidas a la primera infancia y a las amas de campo. Esto último contribuyó al hallazgo de un sistema oficial de nodrizas para la infancia abandonada. Para comprenderlo, se reconstruyó el contexto histórico de la pobreza, la desigualdad, el trabajo femenino, la nutrición y la economía de la salud. Los niños más pequeños fueron atendidos por nodrizas asalariadas, mujeres campesinas mal pagas, utilizadas por las autoridades, tildadas de ignorantes, sucias y enfermas. Fue un sistema de crianza duradero, quizás porque era más viable y menos oneroso que el modelo de atención intramural del Hospicio de Bogotá. Paradójicamente, este sistema creado como institución especializada en la lactancia delegada, terminó convirtiéndose en una institución de maternidad sustituta.
Abstract This article examines the practices as well as the medical and administrative discourses focused on abandoned and orphaned children under the care of the Amas de Oriente section of the Bogotá Hospice between 1918 and 1936. A corpus from the Beneficencia de Cundinamarca Archive was analyzed through a critical documentation process. This process shed some light on how public assistance programs-and particularly the Hospice-used to operate. In addition, it helped to study the care, surveillance, and control strategies directed to early childhood and nursemaids. This latter aspect contributed to identify an official system of wet nurses for abandoned children. To gain understanding of it, the historical context of poverty, inequality, female labor, nutrition, and health economics was reconstructed. The youngest children were cared for by waged wet nurses-poorly paid peasant women exploited by the authorities and branded as ignorant, dirty, and sick. It was a long-lasting child-rearing system, maybe because it was more feasible and affordable than the intramural care system of the Bogotá Hospice. Paradoxically, this system, originated as an institution specialized in wet nursing, ended up as an institution for surrogate motherhood.