Resumo Introdução: Fatores ambientais fazem parte da avaliação multidimensional da marcha de pessoas que vivem com deficiência, como as que possuem uma amputação. Objetivo: Investigar se os fatores ambientais definidos pela Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) são considerados quando se avalia a marcha de indivíduos com amputação de membros inferiores. Materiais e métodos: Foi realizada uma revisão consultando as bases de dados PubMed, EMBASE, CINAHL, e SPORTDiscus. Utilizaram-se os termos "amputação" e "marcha" combinados com os termos "facilitadores", "barreiras" e "fatores ambientais". As pesquisas foram realizadas sem restrições de idioma. Foram incluídos os artigos publicados no ano de 2002 e a partir dele, que continham dados sobre a influência dos fatores ambientais sobre a funcionalidade da marcha em indivíduos com amputação de membros inferiores. Dois pesquisadores identificaram, selecionaram os artigos, identificaram os métodos e instrumentos usados para avaliar a marcha. Para comparar as escalas dois pesquisadores selecionaram as categorias dos capítulos fatores ambientais da CIF. Resultados: Foram identificados 14 estudos, destes sete eram duplicatas e quatro não tinham relação com os objetivos estudados. Dos três artigos restantes foram identificadas 74 possibilidades de categorização com os fatores ambientais das CIF, porém apenas 7 categorias (9,45%) puderam ser correlacionadas. Conclusões: Os fatores ambientais não são comumente considerados na avaliação da marcha de indivíduos com amputação de membros inferiores. Uma avaliação após uma amputação de membros inferiores reflete a complexidade das alterações da marcha, as quais incluem os fatores ambientais.
Abstract Introduction: Environmental factors have also been recognized to be a component of a multidimensional gait assessment of people living with disabilities, like persons following an amputation. Objective: To investigated whether the environmental factors outlined by the International Classification of Functioning, Disability, and Health (ICF) are considered when evaluating gait following lower limb amputations. Materials and methods: A literature search of the PubMed, EMBASE, CINAHL, and SPORTDiscus databases was performed. The keywords "amputation" and "gait" were combined with the keywords "barriers", "facilitators", and "environmental factors". Searches were performed without language restrictions. All articles containing data about environmental influences on gait functionality after lower limb amputations published during or after 2002, were included. Manuscripts that did not study adults and literature reviews were excluded. Two researchers identified potentially eligible articles and the methods used to assess gait. To make comparisons between scales, the 2 researchers selected the categories from the ICF chapter on environmental factors. Results: Fourteen studies were obtained from the search. Seven studies were duplicates and 4 were excluded. The remaining 3 articles were evaluated. We identified a total of 74 possibilities for categorization according to the ICF environmental factors, but only 7 ICF categories (9.45%) were considered in the studies analyzed. Conclusions: The influence of environmental factors is frequently not considered in the evaluation of gait following a lower limb amputation. Thorough evaluation of gait after lower limb amputation should reflect the complex nature of gait changes, including environmental factors.