OBJETIVO Analisar a associação entre a síndrome da fragilidade e desempenho cognitivo em idosos e respectivo efeito da escolaridade e da idade. MÉTODOS Foram analisados dados seccionais da fragilidade de idosos brasileiros da Fase 1 do Estudo FIBRA-RJ, relativos a 737 indivíduos residentes na cidade do Rio de Janeiro, RJ, com 65 anos ou mais, clientes de uma operadora de saúde, avaliados entre janeiro de 2009 e janeiro de 2010. Foram coletadas informações sobre características socioeconômicas e demográficas, condições médicas e capacidade funcional. O desempenho cognitivo foi avaliado através do Mini Exame do Estado Mental. Foram considerados frágeis os indivíduos que apresentaram três ou mais das seguintes características: perda de peso não intencional (≥ 4,5 kg no último ano); sensação de exaustão autorrelatada; baixo nível de força de preensão palmar; baixo nível de atividade física e lentificação da marcha. A associação entre fragilidade e desempenho cognitivo foi avaliada por regressão logística multivariada, com ajuste por condições médicas, atividades da vida diária e variáveis socioeconômicas. Idade e escolaridade foram avaliadas como possíveis modificadoras de efeito dessa associação. RESULTADOS Os idosos frágeis apresentaram maior prevalência de baixo desempenho cognitivo comparados aos idosos não frágeis ou pré-frágeis nas três faixas etárias estudadas (65 a 74; 75 a 84; ≥ 85 anos), p < 0,001. Após ajuste, a associação entre fragilidade e desempenho cognitivo foi encontrada em idosos com 75 anos ou mais, com OR aj = 2,78 (IC95% 1,23;6,27) para 75 a 84 anos e OR aj = 15,62 (IC95% 2,20;110,99) para 85 anos ou mais. A idade se comportou como modificadora de efeito na associação entre fragilidade e desempenho cognitivo, χ 2 (5) = 806,97, p < 0,0001; o mesmo não ocorreu com a escolaridade. CONCLUSÕES A síndrome da fragilidade associou-se ao desempenho cognitivo em idosos. A idade mostrou-se como modificadora de efeito nessa associação. Os idosos com idade mais avançada apresentaram associação mais expressiva entre os dois fenômenos.
OBJECTIVE To investigate the association between frailty syndrome and cognitive performance in the older adults and the effect of schooling and age on this association. METHODS Data on frailty in older adults from Phase 1 of the FIBRA-RJ Study were analyzed, relating to 737 customers of a private health care provider, aged 65 and over, living in Rio de Janeiro, Southeastern Brazil, between January 2009 and January 2010. Data on socioeconomic and demographic characteristics, medical conditions and functional capacity were collected. Cognitive performance was assessed using the Mini-Mental State Examination (MMSE). Individuals who exhibited three or more of the following features were considered to be frail: unintentional weight loss (≥ 4.5 kg in the last year); feeling self-reported exhaustion, low grip strength, low physical activity level and slowness. The association between frailty and cognitive performance was evaluated using multivariate logistic regression, with adjustment for medical conditions, activities of daily living and socioeconomic variables. We evaluated the age and schooling as possible effect modifiers in this association. RESULTS The frail subjects had a higher prevalence of low cognitive performance, compared to not frail or pre-frail, in the three age groups studied (65-74; 75-84; ≥ 85 years), p < 0.001. After adjustment, the association between frailty and cognitive performance was found among older adults individuals aged 75 and older, with an ORadj= 2.78 (95%CI 1.23;6.27) for those aged 75 to 84 and ORadj= 15.62 (95%CI 2.20;110.99) for 85 and older. The age variable was an effect modifier in the association between frailty and cognitive performance, χ2(5) = 806.97, p < 0.0001; the same was not the case with schooling. CONCLUSIONS Frailty syndrome is associated with cognitive performance in the aging. Age proved to be an effect modifier in this association. The oldest patients showed a more significant association between the two phenomena.
OBJETIVO Analizar la asociación entre el síndrome de la fragilidad y desempeño cognitivo en ancianos y respectivo efecto de la escolaridad y la edad. MÉTODOS Se analizaron datos seccionales de la fragilidad de ancianos brasileños de la Fase 1 del Estudio FIBRA RJ, relativos a 737 individuos residentes de la ciudad de Rio de Janeiro (Brasil), con 65 años o más, clientes de una operadora de salud, enero de 2009 a enero de 2010. Se colectaron informaciones sobre características socioeconómicas y demográficas, condiciones médicas y capacidad funcional. El desempeño cognitivo fue evaluado a través del Mini Examen del Estado Mental. Se consideraron frágiles los individuos que presentaron tres o más de las siguientes características: pérdida de peso no intencional (≥ 4,5 Kg en el último año); sensación de cansancio extremo auto-relatado; bajo nivel de fuerza de prensión palmar; bajo nivel de actividad física y lentitud en la marcha. La asociación entre fragilidad y desempeño cognitivo fue evaluado por regresión logística multivariada, con ajuste por condiciones médicas, actividades de la vida diaria y variables socioeconómicas. La edad y la escolaridad fueron evaluadas como posibles modificadoras del efecto de ésta asociación. RESULTADOS Los ancianos frágiles presentaron mayor prevalencia de bajo desempeño cognitivo en comparación con los ancianos no frágiles o pre-frágiles en los tres grupos etarios estudiados (65 a 74; 75 a 84; ≥ 85 años), p< 0,001. Posterior al ajuste, la asociación entre fragilidad y desempeño cognitivo fue encontrada en ancianos con 75 años o más, con ORaj = 2,78 (IC95% 1,23;6,27) para 75 a 84 años y ORaj = 15,62 (IC95% 2,20;110,99) para 85 años o más. La edad se comportó como modificadora de efecto en la asociación entre fragilidad y desempeño cognitivo, χ 2 (5) = 806,97, p < 0,0001; lo mismo no sucedió con la escolaridad. CONCLUSIONES El síndrome de la fragilidad se asoció con el desempeño cognitivo en ancianos. La edad se mostró como modificadora del efecto en ésta asociación. Los ancianos con edad más avanzada presentaron asociación más expresiva entre los dos fenómenos.