Dos tempos bíblicos ao período moderno, a hanseníase tem sido associada a estigmas. Essa marca de desonra, fisicamente presente nas feridas e nos membros desfigurados do 'leproso', e incorporada a sua identidade, lançou a doença aos rincões mais obscuros da sociedade. O presente artigo usa fontes primárias, escritas em espanhol, para reconstruir a história social da lepra em Porto Rico a partir de 1898, quando os Estados Unidos anexaram a ilha a seu território. As políticas de saúde pública desenvolvidas em Porto Rico até a década de 1930 foram específicas, devido a uma combinação de fatores políticos, científicos e sociais. O país sofreu a influência das prioridades sanitárias dos Estados Unidos e desenvolveu suas políticas de controle da lepra sobre os vestígios do sistema de saúde da Espanha colonial. No início da ocupação norte-americana, extrema segregação agrediu a liberdade e os direitos individuais dos pacientes, em nome da proteção à sociedade. Como resultado, as vidas desses hansenianos foram irrevogavelmente transformadas.
From biblical times to the modern period, leprosy has been a disease associated with stigma. This mark of disgrace, physically present in the sufferers' sores and disfigured limbs, and embodied in the identity of a 'leper', has cast leprosy into the shadows of society. This paper draws on primary sources, written in Spanish, to reconstruct the social history of leprosy in Puerto Rico when the United States annexed this island in 1898. The public health policies that developed over the period of 1898 to the 1930s were unique to Puerto Rico because of the interplay between political events, scientific developments and popular concerns. Puerto Rico was influenced by the United States' priorities for public health, and the leprosy control policies that developed were superimposed on vestiges of the colonial Spanish public health system. During the United States' initial occupation, extreme segregation sacrificed the individual rights and liberties of these patients for the benefit of society. The lives of these leprosy sufferers were irrevocably changed as a result.