OBJETIVO: Analisar a associação entre exposição diária à poluição do ar e função respiratória de escolares. MÉTODOS: Estudo de painel com uma amostra aleatória de 118 escolares (seis a 15 anos de idade) da rede pública do Rio de Janeiro (RJ), residentes até 2 km do local do estudo. Dados sobre características das crianças foram obtidos por questionário, incluindo o International Study of Asthma and Allergies in Childhood. Exames diários de pico de fluxo foram realizados para medir a função respiratória. Dados diários dos níveis de PM10, SO2, O3, NO2 e CO, temperatura e umidade foram fornecidos por um monitor móvel. As medidas repetidas de função respiratória foram associadas aos níveis dos poluentes por meio de modelo multinível ajustado por tendência temporal, temperatura, umidade do ar, exposição domiciliar ao fumo, ser asmático, altura, sexo, peso e idade das crianças. RESULTADOS: O pico de fluxo expiratório médio foi 243,5 l/m (dp=58,9). A menor média do pico de fluxo expiratório foi 124 l/m e a maior 450 l/m. Para o aumento de 10 µg/m³ de PM10 houve uma diminuição de 0,34 l/min na média do pico de fluxo no terceiro dia. Para o aumento de 10 µg/m³ de NO2 houve uma diminuição entre 0,23 l/min a 0,28 l/min na média do pico de fluxo após a exposição. Os efeitos do CO e do SO2 no pico de fluxo dos escolares não foram estatisticamente significativos. O O3 apresentou um resultado protetor: o aumento de 10 µg/m³ de O3 estaria associado, um dia depois da exposição, a aumento de 0,2 l/min na média da função respiratória. CONCLUSÕES: Mesmo dentro de níveis aceitáveis na maior parte do período, a poluição atmosférica, principalmente o PM10 e o NO2, esteve associada à diminuição da função respiratória de crianças residentes no Rio de Janeiro.
OBJECTIVE: To assess the association between daily exposure to air pollution and lung function in school children. METHODS: Panel study with a random sample of 118 students (between 6 and 15 years of age), enrolled in a public school of the city of Rio de Janeiro, state of Rio de Janeiro, and living within 2 km of the study site. Data on students' characteristics were obtained with a questionnaire, including the International Study of Asthma and Allergies in Childhood - ISAAC. Daily peak expiratory flow measurements were taken to measure lung function. Daily data on PM10, SO2, O3, NO2 and CO levels, temperature and humidity were provided by a portable monitor. Repeated measurements of lung function were associated with pollutant levels with a multilevel model adjusted for time trend, temperature, air humidity, exposure to smoking at home, presence of asthma, height, sex, weight and age of children. RESULTS: Mean peak expiratory flow was 243.5 l/m (sd=58.9). The lowest mean peak expiratory flow was 124 l/m, and the highest, 450 l/m. For the 10 µg/m³ increase in PM10, there was a 0.34 l/min decrease in mean peak flow on the third day. For the 10 µg/m³ increase in NO2, there was a decrease between 0.23 l/min and 0.28 l/min in mean peak flow after exposure. CO and SO2 effects on students' peak flow were not statistically significant. O3 showed a protective result: an increase in 10 µg/m³ of O3 would be associated, after a day of exposure, with a 0.2 l/min increase in mean lung function. CONCLUSIONS: Even within acceptable levels most of the time, air pollution, especially PM10 and NO2, was associated with a decrease in lung function in children living in the city of Rio de Janeiro.
OBJETIVO: Analizar la asociación entre exposición diaria a la polución del aire y función respiratoria de escolares. MÉTODOS: Estudio de painel con una muestra aleatoria de 118 escolares (seis a 15 años de edad) de la red pública de Río de Janeiro (Sureste de Brasil), residentes hasta 2 km de la localidad de estudio. Datos sobre características de los niños fueron obtenidos por cuestionario, incluyendo el International Study of Asthma and Allergies in Childhood. Exámenes diarios de pico de flujo fueron realizados para medir la función respiratoria. Datos diarios de los niveles de PM10, SO2, O3, NO2 y CO, temperatura y humedad fueron providenciados por un monitor móvil. Las medidas repetidas de función respiratoria fueron asociadas a los niveles de los contaminantes por medio de modelo multinivel ajustado por tendencia temporal, temperatura, humedad del aire, exposición domiciliar al humo de cigarro, ser asmático, altura, sexo, peso y edad de los niños. RESULTADOS: El pico de flujo de expiración promedio fue de 243,5 l/m (dp=58,9). El menor pico promedio del flujo de expiración fue 124 l/m y el mayor 450 l/m. Para el aumento de 10 ?g/m³ de PM10 hubo una disminución de 0,34 l/min en el promedio de pico de flujo en el tercer día. Para el aumento de 10 ?g/m³ de NO2 hubo uma disminución entre 0,23 l/min a 0,28 l/min en el promedio del pico de flujo luego de una exposición. Los efectos del CO y del SO2 en el pico de flujo de los escolares no fueron estadísticamente significativos. El O3 presentó un resultado protector: el aumento de 10 ?g/m³ de O3 estaría asociado, un día después de la exposición, al aumento de 0,2 l/min en el promedio de la función respiratoria. CONCLUSIONES: Aún dentro de niveles aceptables en la mayor parte del período, la polución atmosférica, principalmente el PM10 y el NO2, estuvo asociada a la disminución de la función respiratoria de niños residentes en Río de Janeiro.