RESUMO Objetivo: analisar a relação entre a discriminação percebida e temida e a saúde geral das pessoas LGBT+ de acordo com seu nível educacional, identidade de gênero e nível socioeconômico. Método: realizou-se um estudo transversal e correlacional. A amostra foi composta por 120 participantes adultos da região de Maule (Chile), pertencentes à comunidade LGBT+, que responderam a uma pesquisa virtual devido à pandemia de SARS CoV-2. A pesquisa também incluiu uma pergunta aberta que proporcionou um espaço para os participantes compartilharem experiências de discriminação em relação ao tratamento recebido da equipe de enfermagem. Os dados quantitativos foram examinados por meio de análises descritivas e inferenciais (testes de diferença de médias e correlações). As histórias extraídas foram analisadas segundo técnicas de análise temática e discursiva. Resultados: embora a discriminação percebida tenha uma baixa prevalência na amostra, 44,17% expressaram medo de não serem amados, 38,33% de não encontrar emprego e 32,51% de serem rejeitados pela família por fazerem parte da comunidade LGBT+. Da mesma forma, a discriminação foi maior no coletivo de pessoas trans e se refletiu principalmente em demissões injustificadas, dificuldades em encontrar emprego ou maus-tratos na prestação de serviços de saúde. Por fim, verificou-se que os participantes expostos a mais discriminação também relataram pior estado geral de saúde. Conclusões: a discriminação é um problema que afeta a comunidade LGBT+, principalmente o coletivo de pessoas trans. As graves implicações da discriminação para a saúde das pessoas evidenciam a necessidade de desenhar estratégias, políticas e regulamentações que visem promover a tolerância e a integração.
ABSTRACT Objective: to analyze the relationship of perceived and feared discrimination with general health in LGBT+ people according to schooling level, gender identity and socioeconomic level. Method: a cross-sectional and correlational study was conducted. The sample consisted of 120 participants of legal age from the Maule region (Chile) who belonged to the LGBT+ community and answered an online survey due to the SARS-CoV-2 pandemic. The survey also included an open question for the participants to share discrimination experiences regarding the treatment received from the Nursing personnel. The quantitative data were examined by means of descriptive and inferential analyses (means difference and correlation tests). The results extracted were analyzed following the thematic and discursive analysis techniques. Results: although perceived discrimination had low prevalence in the sample, 44.17%, 38.33% and 32.51% manifested fear of not being loved, of not finding a job and of being rejected by their family for being part of the LGBT+ community, respectively. Likewise, discrimination was higher in the group of trans people and was mainly reflected in unjustified dismissals, difficulties finding a job or ill-treatment in the provision of health services. Finally, it was found that the participants exposed to more discrimination also reported worse general health. Conclusions: discrimination is a problem that affects the LGBT+ community, particularly the trans collective. The severe implications of discrimination for people's health evidence the need to design strategies, policies and regulations aimed at fostering tolerance and integration.
RESUMEN Objetivo: analizar la relación entre la discriminación percibida y temida, y la salud general de personas LGBT+ de acuerdo a su nivel educativo, identidad de género y nivel socio-económico. Método: se realizó un estudio transversal y correlacional. La muestra constó de 120 personas participantes mayores de edad de la región del Maule (Chile), pertenecientes a la comunidad LGBT+, que respondieron una encuesta de manera virtual debido a la pandemia por SARS CoV-2. La encuesta también incluyó una pregunta abierta que proporcionó un espacio para que las personas participantes compartieran experiencias de discriminación con respecto al trato recibido del personal de enfermería. Los datos cuantitativos se examinaron mediante análisis descriptivos e inferenciales (pruebas de diferencia de medias y correlaciones). Los relatos extraídos se analizaron siguiendo técnicas de análisis temático y discursivo. Resultados: si bien la discriminación percibida tuvo una prevalencia baja en la muestra, un 44,17% expresó temor a no ser querido, 38,33% a no encontrar trabajo, y 32,51% a ser rechazado por su familia por ser parte de la comunidad LGBT+. Asimismo, la discriminación fue mayor en el grupo de personas trans y se reflejó principalmente en despidos injustificados, dificultades para encontrar empleo o maltratos en la provisión de servicios de salud. Finalmente, se encontró que las personas participantes expuestas a mayor discriminación también reportaron una peor salud general. Conclusiones: la discriminación es un problema que afecta a la comunidad LGBT+, particularmente al colectivo trans. Las serias implicaciones de la discriminación para la salud de las personas ponen de manifiesto la necesidad de diseñar estrategias, políticas y reglamentaciones tendientes a fomentar la tolerancia y la integración.