A densidade populacional do ácaro vetor de Citrus leprosis virus (CiLV), Brevipalpus phoenicis, num talhão, é o principal indicador para a tomada de decisão de medidas de controle da leprose dos citros. Há pouca informação sobre o crescimento da incidência de plantas com leprose dos citros isoladamente ou em conjunto com a população do ácaro. Este trabalho teve por objetivo caracterizar o progresso temporal da população de B. phoenicis e da incidência de leprose dos citros e a relação entre essas populações, sob condições naturais de epidemia. Dois talhões de laranja doce, cvs. Valência e Natal, foram monitorados de 2002 a 2004, em intervalos de 22 dias, em média. O crescimento da incidência da doença foi lento e estimativas da taxa de progresso da doença foram bastante baixas, variando de 0,0126 a 0,0448 para 'Valência' e de 0,0044 a 0,0525 para 'Natal'. A quantidade de inóculo inicial nos ramos cresceu significativamente de um ciclo para outro. Ao final do período, a incidência foi de 32% das plantas de 'Valência' e de 6,8% na cv. Natal. Apesar de não ser sistêmica, a leprose dos citros comporta-se como poliética com acúmulo de inóculo de ano para ano, especialmente nos ramos. A incidência não esteve correlacionada com a presença de ácaros na planta em levantamentos anteriores, mas apresentou correlação positiva significativa (P<0,001) com a própria incidência da doença registrada anteriormente. Isto indica que a presença de sintomas, e não somente a de ácaros, deve ser considerada em amostragens visando controle da doença.
The density of mite Brevipalpus phoenicis, vector of Citrus leprosis virus (CiLV), is determinant for decisions on control measures for citrus leprosis. Little information on the progress of incidence of trees with citrus leprosis has been compiled, either separately or together with the mite population. This study aimed to characterize the temporal growth of B. phoenicis populations and leprosis incidence on citrus trees and the relationship with these populations, under natural conditions. Two sweet orange groves, one with 'Valencia' and the other with 'Natal', were monitored from 2002 to 2004, every 22 days. The increase in disease incidence was slow and estimates of disease growth rate were quite low, varying from 0.0126 to 0.0448 for 'Valencia' and from 0.0044 to 0.0525 for 'Natal'. The initial inoculum quantity on the branches increased significantly from one cycle to the next. After the three years of observation, the incidence reached 32% in Valencia and 6.8% in Natal trees. Although not systemic, citrus leprosis has a polyetic performance, building up inoculum year after year, especially on the branches. The incidence was not correlated with the mite density on the trees in previous data collections, but presented a significant positive correlation (P<0.001) with the disease incidence reported earlier. This indicates that the presence of symptoms, rather than only the mites, must be taken into consideration in sampling aiming at disease control.