INTRODUÇÃO: Pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) podem apresentar alterações nutricionais desencadeadas pela doença ou pelo tratamento, e essas condições podem interferir no prognóstico. OBJETIVOS: Avaliar o estado nutricional, a atividade física e os aspectos associados em pacientes com LES. MÉTODOS: As características nutricionais, clínico-laboratoriais, sóciodemográficas e de tratamento de 170 mulheres com LES foram avaliadas, em estudo transversal. RESULTADOS: Pacientes com idade entre 18 e 60 anos foram incluídas, com média (DP) de idade e de duração da doença de 39,1 anos (10,0) e 9,9 anos (6,2), respectivamente. Duas (1,2%) pacientes foram classificadas como magreza grau I, 59 (34,7%) como eutróficas, 61 (35,9%) como sobrepeso, 37 (21,8%) como obesidade grau I, sete (4,1%) como obesidade grau II e quatro (2,4%) como obesidade grau III. Pacientes com sobrepeso e obesas apresentaram maior idade, menor escolaridade, maior índice de dano do LES, maior concentração sérica de complemento, maior frequência de hipertensão arterial e de diabetes mellitus, presença de insuficiência ovariana e menor frequência do uso de antimaláricos. Quanto à atividade física, 39 pacientes (22,9%) foram classificadas como inativas, 100 (58,8%) como insuficientemente ativas e 31 (18,2%) como ativas. Destas últimas, 13 (43,3%) se encontravam no grupo de eutróficos. CONCLUSÃO: A frequência de excesso de peso, nesta população, foi elevada e esteve associada a alguns fatores de risco tradicionais para doenças cardiovasculares e a alguns fatores de pior prognóstico do LES. Logo, incentivar o controle do peso deve fazer parte dos principais objetivos do tratamento de todo paciente com LES
INTRODUCTION: Patients with systemic lupus erythematosus (SLE) may present nutritional changes triggered by disease or treatment, and these conditions may interfere with prognosis. OBJECTIVE: Assess the nutritional status, physical activity and associated factors in patients with SLE under treatment at the Service of Rheumatology of Hospital das Clínicas/Universidade Federal de Minas Gerais. METHODS: A cross-sectional study evaluating the nutritional status, clinical laboratory findings, sociodemographic, and treatment characteristics of 170 SLE female patients. RESULTS: Patients aged between 18 and 60 years were included. The mean (SD) age of patients and duration of SLE was 39.1 (10.0) and 9.9 (6.2) years, respectively. Two (1.2%) patients were classified as grade I underweight, 59 (34.7%) eutrophic, 61 (35.9%) as overweight, 37 (21.8%) as grade I obesity, seven (4,1%) as grade II obesity, and four (2,4%) as grade III obesity. Overweight and obesity were significantly associated with older age, lower education, higher SLE damage index, higher serum concentration of complement, higher incidence of hypertension and diabetes mellitus, presence of ovarian failure, and less frequent use of antimalarials Regarding physical activity, 39 patients (22.9%) were classified as inactive, 100 (58.8%) insufficiently active, and 31 (18.2%) active. Of the latter, 13 (43.3%) were in the eutrophic group. CONCLUSION: Excess weight was high in this population and associated with some traditional risk factors for cardiovascular disease and SLE poor prognosis. Therefore, encouraging weight control must be part of the main goals in treating SLE patients