ResumoIntrodução A prevenção das doenças ocupacionais depende da identificação dos fatores de risco, que podem ser complementadas por avaliações funcionais dos trabalhadores.Objetivo O objetivo do estudo foi desenvolver um instrumento de avaliação postural e ergonômica para análise da postura sentada em frente ao computador no meio laboral.Materiais e métodos O estudo teve uma abordagem quantitativa, de cunho descritivo-observacional, do tipo transversal. Foram convidados a participar 82 funcionários do setor administrativo da FIERGS, com idade média de 32,8 ± 7,7 anos. O processo de desenvolvimento e aplicação do Instrumento de Avaliação Postural Ergonômica (IAPE) foi realizado em quatro etapas: 1) observação das posturas mais adotadas pelos funcionários em seu ambiente de trabalho; 2) desenvolvimento da primeira versão do IAPE; 3) validação de conteúdo por meio da avaliação por dois profissionais especialistas na área de ergonomia e cálculo do índice de validade de conteúdo (IVC); 4) avaliação da reprodutibilidade interavaliador do IAPE. Para avaliar a reprodutibilidade foram utilizados o teste de Wilcoxon e o coeficiente de correlação intra-classe (p<0,05).Resultados Os resultados obtidos a partir do cálculo do IVC demonstraram um alto índice de validade de conteúdo para o IAPE (IVC = 1). Já os resultados de reprodutibilidade interavaliador demonstraram a não ocorrência de diferenças entre os avaliadores (p > 0,05) e valores de ICC acima de 0,80 (p < 0,05), o que demonstra uma adequada reprodutibilidade interavaliador do instrumento.Conclusão Os resultados do processo de desenvolvimento do IAPE permitem concluir que o instrumento, apresenta validade de conteúdo e reprodutibilidade interavaliador adequada. Permitindo desenvolvimento de estratégias de prevenção e promoção da saúde do trabalhador.

AbstractIntroduction Prevention of occupational diseases depends on the identification of risk factors, which can be complemented by the functional assessment of workers.Objective The aim of this study was to develop a postural and ergonomic assessment tool for the analysis of subjects’ sitting posture at the computer workstation.Materials and methods This is a quantitative, descriptive, observational, cross-sectional study. Eighty-two employees in the administrative sector of FIERGS were invited to participate in the study. The mean age was 32.8 ± 7.7 years. The IAPE (Instrumento de Avaliação Postural Ergonômica [Postural and Ergonomic Assessment Tool]) development and administration process was performed in four stages: 1) observation of the most commonly adopted postures by employees in the workplace; 2) development of the first version of the IAPE; 3) content validation by two ergonomics experts and content validity index (CVI) calculation; 4) inter-evaluator reproducibility assessment. Reproducibility was assessed by Wilcoxon test and intraclass correlation coefficient (ICC) (p < 0.05).Results The results obtained from the calculation of the CVI showed that the IAPE possesses a high degree of content validity (CVI = 1). Inter-evaluator reproducibility assessment showed no differences between evaluators (p < 0.05) and ICC values above 0.80 (p < 0.05). This shows an adequate inter-evaluator reproducibility of the tool.Conclusion Based on the results of the IAPE development process, it can be concluded that the tool has content validity and adequate inter-evaluator reproducibility. This tool can aid in the development of occupational disease prevention and health promotion strategies.

O objetivo deste estudo foi verificar a influência do posicionamento do indivíduo na bicicleta, durante a pedalada, sobre a sobrecarga mecânica na coluna cervical. Foram avaliados nove indivíduos durante teste em uma bicicleta de competição acoplada a um ciclossimulador. O protocolo consistiu em pedalar em quatro posturas (ereta, descanso, intermediária e ataque), com filmagem simultânea no plano sagital. As imagens foram digitalizadas no software DVideow e possibilitaram o cálculo das variáveis cinemáticas, as quais foram inseridas no modelo biomecânico, permitindo o cálculo da força muscular (FM) e da força articular (FA). Os resultados demonstraram que quando os indivíduos modificaram sua postura de ereta para descanso, de descanso para intermediária e de intermediária para ataque, os valores médios e máximos das FM e FA aumentaram (p<0,05). Assim, concluiu-se que as magnitudes das FM e FA aumentam à medida que a coluna cervical se torna mais estendida e anteriorizada.

This study examined the influence of the subject position on the bicycle during pedaling, on the mechanical overload in the cervical spine. Nine subjects were evaluated during the test on a racing bicycle coupled to a cyclesimulator. The protocol consisted in pedaling in four different postures (erect, rest, intermediate and attack), with video filming in the sagittal plane. Images were digitized using the software DVideow, which enabled the calculation of kinematic variables, later inserted into the biomechanics model to calculate the muscle (FM) and joint (FA) forces. When the subjects changed from erect to rest posture, rest to intermediate posture, intermediate to attack posture, the mean and the maximum values of FM and FA have increased (p<0.05). Therefore, there was a significant increase in the FM and FA forces as the cervical spine became more extended and projected forward.

CONTEXTUALIZAÇÃO: Apesar do amplo uso do Pilates na Fisioterapia, há poucos estudos que avaliaram a ativação elétrica dos músculos nos exercícios. OBJETIVO: Verificar a influência de diferentes regulagens de mola e posições do indivíduo sobre a ativação elétrica dos multífidos (MU) e oblíquos externos (OE) durante a flexoextensão do quadril (FEQ) no Cadillac. MÉTODOS: Oito mulheres praticantes de Pilates por seis meses realizaram 10 repetições de FEQ nas situações: mola baixa (MB), mola fixada a 30 cm do nível em que estava o indivíduo; mola alta (MA), mola fixada a 90 cm do nível em que estava o indivíduo; posição próxima (PP), distância de 10 cm da fixação da mola; posição distante (PD), distância de 30 cm da fixação da mola. Dados cinemáticos e de eletromiografia (EMG) foram coletados sincronizadamente, e os músculos monitorados bilateralmente foram os OE e os MU. Cada movimento de FEQ foi recortado em duas fases (extensão e flexão). O sinal de EMG foi calculado e normalizado usando a contração voluntária máxima (CVM). O Wilcoxon test foi usado para investigar diferenças entre as situações (p<0,05). RESULTADO: Os músculos MU apresentaram valores de ativação muscular de 10 a 20% da CVM, sendo os maiores valores observados na MA e na PD. Para os OE, valores de ativação de 20 a 45% da CVM foram encontrados, com os maiores valores obtidos na MB e na PP. CONCLUSÃO: Os músculos OE e MU apresentaram uma ativação elétrica distinta durante as diferentes regulagens de mola e posições dos indivíduos avaliados.

BACKGROUND: Despite of the widepread use of Pilates in Physical Therapy, there are few studies that have assessed the muscle electrical activation during Pilates exercises. OBJECTIVE: Verify the influence of different spring adjustments and individual positions on the electrical activation of multifidus (MU) and oblique external (OE) muscles during hip flexion-extension (HFE) exercise on the Cadillac. METHODS: Eight women practicing Pilates exercises for at least six months performed 10 repetitions of HFE in the following situations: Lower Spring, spring fixed at 30 cm in relation to level which the individuals were positioned. Higher Spring, spring fixed at 90 cm in relation to level which the individuals were positioned. Near Position, distance of 10 cm from the fixed spring. Distant Position, distance of 30 cm from the fixed spring. Kinematic and eletromyographic data (EMG) were collected simultaneously and the MU and OE muscles were monitored. Each movement of HFE was splitted in two phases (extension and flexion). The EMG signal was calculated and normalized using the maximal voluntary contraction (MVC). The Wilcoxon test was used to investigate differences between the situations (p<0.05). RESULTS: MU muscle presented muscle activation values ranging from 10 to 20 % MVC, and the highest muscle activation in the lower spring and in the near position. OE muscles presented muscle activation values ranging from 20 to 45% MVC, and the highest values in the higher spring and in the distant position. CONCLUSION: MU and OE muscles presented a distinct electrical activation during different available spring adjustments and individual positions.