O artigo analisa a evolução do debate acerca da vulnerabilidade socioeconômica nos Estados Unidos e na França, com comentários finais sobre a atualidade brasileira. No caso norte-americano, a discussão é abertamente política-ideológica culpar ou não as vítimas por sua situação de marginalização e anomia e centra-se em torno do conceito de underclass, o que leva alguns autores a responsabilizar os programas de bem-estar no fomento da ociosidade e desorganização familiar. No caso francês, ao contrário, seguindo a tradição republicana, os diagnósticos e as propostas enfatizam a necessidade de uma forte presença estatal, que deve fornecer os meios de (re) inserção dos grupos marginalizados. A polêmica se dá em torno dos conceitos de exclusão social e desafiliação. O ensaio não visa realizar um balanço crítico da literatura, mas, a partir de obras seminais, mostrar os parâmetros que essa problemática teórica e empírica adquire em função das especificidades de cada ambiente político nacional; daí as observações finais sobre a sociedade brasileira.
The article analyses the evolution of the debate on socioeconomic vulnerability both in the United States of America and in France, as well as presenting final comments on the Brazilian present time. In the North-American study, the discussion is openly political-ideological making guilty or not the victims for their marginalization and anomy making use of the concept of underclass, what has made some authors regard the so-called well-being programs as responsible for promoting idleness and family disorganization. In the French study, on the contrary and following the republican tradition, both the diagnosis and proposals emphasize the need of strong state presence to provide means of (re)inserting the marginalized groups. Polemic arises around concepts such as social exclusion and defiliation. The essay doesn't aim at making a critical balance of literature, but making use of seminal works it intends to show the parameters acquired by the theoretical and empirical problem depending on the particularities of each national political ambience; that is when final comments on the Brazilian society are made.
L'article porte sur le débat à propos de la vulnérabilité socio-économique aux Étas-Unis et en France, avec des conclusions commentées à propos de l'actualité brésilienne. Dans le cas nord-américain, la discussion est ouvertement politique et idéologique condamner ou pas les victimes à cause de leur situation de marginalité et d'anomie et est centrée sur le concept de underclass, ce qui conduit certains acteurs à responsabiliser les programmes de bien-être dans l'encouragement du fainéantise et de la désorganisation familiale. À l'inverse, dans le cas français, suivant la tradition républicaine, les diagnostiques et les propositions mettent l'accent sur le besoin d'une forte présence de l'État, qui doit fournir les moyens de (re) insertion des groupes marginalisés. Le polémique a lieu par rapport aux concepts d'exclusion sociale et de desaffiliation. Cette étude n'a pas pour but d'établir un bilan critique de la littérature, mais de montrer, à partir des œuvres séminales, les paramètres que cette problématique théorique et empirique acquiert en fonction des spécificités de chaque environnement politique national ; d'où les observations finales à propos de la société brésilienne.