Esse artigo busca sistematizar as explicações para a queda da desigualdade de renda, ocorrida no Brasil entre 2001 e 2015, analisando cada região e subperíodo separadamente, com foco nos programas sociais. Os resultados mostram que os rendimentos dos programas sociais e também as aposentadorias ganharam proeminência como fontes de renda em relação à renda do trabalho. Os rendimentos dos programas sociais contribuíram com 19% da redução da desigualdade de renda, especialmente no Norte e Nordeste, e nos períodos entre 2001-2004, e entre 2008-2012. Entretanto, sua contribuição diminuiu no Nordeste e aumentou no Sudeste, no início da grande recessão. Os rendimentos do trabalho contribuíram com 57% da queda da desigualdade e explicam por que ela caiu mais fortemente nas regiões Sul e Centro-Oeste. As aposentadorias e pensões oficiais contribuíram com 17% da queda da desigualdade, atuaram em todas as regiões do Brasil, e mais fortemente entre 2004 e 2012, período de grande aumento do salário-mínimo.
This paper aims to systematize the explanations for income inequality decreases observed in Brazil between 2001 and 2015, analyzing each region and subperiod separately and focusing on social programs. The results indicate that social program incomes, as well as pension incomes, have gained prominence as income sources relative to labor income. Social program incomes contributed 19% to income inequality decreases, especially in the North and Northeast, between 2001-2004 and 2008-2012. However, this contribution declined in the Northeast and increased in the Southeast at the beginning of the great recession. Labor income contributed 57% to income inequality decreases and explains why a sharper decrease was noted in the South and Center-West regions. Official pensions contributed 17% to inequality reductiomn in all Brazilian regions, more strongly between 2004 and 2012, when significant minimum wage increases occurred.
Cet article vise à systématiser les explications sur la baisse des inégalités de revenus survenues au Brésil entre 2001 et 2015, avec une analyse des programmes sociaux dans chaque région et à chaque sous-période. Les résultats montrent que les montants des programmes sociaux et des retraites sont devenus une source de revenu importante par rapport aux revenus d’activité. Entre 2001-2004 et 2008-2012, les sommes versées par les programmes sociaux ont ainsi diminué de 19% les inégalités de revenus, en particulier dans le Nord et le Nord-est. Au début de la grande récession, cependant, elles ont été revues à la baisse dans le Nord-Est et à la hausse dans le Sud-est. Les revenus d’activité ont été responsables de 57% de la chute de l’inégalité, et plus spécialement dans le Sud et le Centre-Ouest. Quant aux retraites et pensions, elles ont participé à hauteur de 17% de la baisse des inégalités dans toutes les régions du Brésil entre 2004 et 2012 surtout – période de forte augmentation du salaire minimum.