No presente estudo avaliamos as variações na composição de espécies das comunidades de trepadeiras abordando dez inventários florísticos realizados em fragmentos de floresta estacional semidecidual do sudeste do Brasil. Um destes inventários é inédito e foi realizado especialmente para o presente estudo. Comparamos este levantamento a outros nove inventários florísticos de trepadeiras realizados em outras florestas do sudeste para investigar aspectos como riqueza, similaridade, distribuição de espécies e mecanismos de escalada. Ao todo foram encontradas 355 espécies, pertencentes a 145 gêneros e 43 famílias. As dez famílias mais ricas Bignoniaceae (45 espécies), Fabaceae (42), Malpighiaceae (36), Asteraceae (31), Apocynaceae (29), Sapindaceae (28), Convolvulaceae (21), Cucurbitaceae (14), Passifloraceae (10), e Euphorbiaceae (8) representaram 74,4% do total de espécies encontrado. Considerando os mecanismos de escalada, observamos o predomínio de espécies volúveis (178 espécies ou 50,1%), sobre espécies com gavinhas (121 espécies, 34,1%), e apoiadoras (56 espécies, 15,8%). A porcentagem de espécies exclusivas, i.e. aquelas que ocorreram em apenas uma das localidades estudadas, foi de 49,3% do total amostrado e pode ser considerada alta. Além disso, a similaridade entre as florestas analisadas foi bastante baixa e a contribuição das espécies de trepadeiras para a diversidade de plantas lenhosas nestas áreas foi bastante elevada em algumas áreas, chegando a 52,5%. Estes resultados indicaram a importância das comunidades de trepadeiras para a diversidade vegetal nas florestas semideciduais do sudeste do Brasil, aumentando a valor de conservação desses remanescentes florestais.
In this study we evaluated floristic composition patterns of communities of climbers within ten inventories carried out in semideciduous forest fragments of southeastern Brazil. One of the inventories is original, being carried out for the present study in Ribeirão Cachoeira forest, Campinas, São Paulo State, Southeastern Brazil. This inventory was then pooled together to other nine climbers' inventories made in other forests of Southeastern Brazil to form a data base, which was examined regarding species richness, similarity, species distribution and climbing methods. The total number of species obtained was 355, belonging to 145 genera and 43 families. The ten most diverse families Bignoniaceae (45 species), Fabaceae (42), Malpighiaceae (36), Asteraceae (31), Apocynaceae (29), Sapindaceae (28), Convolvulaceae (21), Cucurbitaceae (14), Passifloraceae (10), and Euphorbiaceae (8) contributed to 74.4% of the total number of species recorded. The commonest climbing method in the studied sites was main stem or branch twining, accounting for 178 species or 50.1% of the total, the second commonest was tendril climbing (121 species, 34.1%), and the least, scrambling (56 species, 15.8%). We found a high percentage of exclusive species i.e., those occurring in only one forest site, which accounted for 49.3% of the total recorded. The mean similarity among forest sites (30%) may be considered low. The climbing species contribution to the total wood plant richness recorded on the forests sites was very high in some of the sites (up to 52.5%). These results indicated the importance of climber communities to plant diversity for semideciduous forests in Southeastern Brazil, enhancing the regional diversity and the conservation value of these forest remnants.