Objetivos: o tratamento cirúrgico do derrame parapneumônico na criança é controverso, sendo a abordagem baseada fundamentalmente na experiência pessoal e no pequeno número de casos relatados. O objetivo deste artigo é o de apresentar uma revisão bibliográfica dos principais trabalhos e experiência dos autores no tratamento cirúrgico do derrame parapneumônico na criança. Fonte dos dados: foram utilizados dados de artigos científicos pesquisados através dos bancos de dados Medline e Lilacs. Síntese dos dados: o derrame parapneumônico tem indicação de drenagem cirúrgica quando apresenta, à toracocentese, aspecto purulento, bactéria no Gram ou cultura, e análise bioquímica com pH menor que 7,0 e glicose menor que 40mg/dl. A drenagem cirúrgica depende da fase do derrame. Na fase aguda, é suficiente a drenagem torácica fechada; na fase fibrinopurulenta, é indicada toracoscopia; na fase organizada, a toracotomia é realizada em crianças com condições anestésicas, e a pleurostomia, naquelas debilitadas e com estado geral comprometido. A ecografia é útil, e, na maioria das vezes, fundamental, para definir a fase do derrame pleural. Conclusões: o tratamento cirúrgico do derrame parapneumônico complicado deve ser feito o mais precocemente possível, e o tipo de procedimento a ser realizado depende da fase do derrame pleural. Nas crianças que necessitam de drenagem cirúrgica, a ecografia é fundamental, para determinar a fase evolutiva do derrame parapneumônico.
Objective: surgical treatment of parapneumonic pleural effusion in children is controversial. The type of intervention is based mainly on personal experience and on the small number of reported cases. This article aims at presenting a literature review and the authors' experience in the surgical management of parapneumonic pleural effusion in children. Sources: data were searched in the Medline and Lilacs databases. Summary of the findings: complicated parapneumonic effusion should be surgically drained if thoracentesis reveals the presence of pus, positive Gram stain or culture, or pH less than 7.0 or glucose less than 40 mg/dl. The surgical drainage depends on the stage of parapneumonic pleural effusion: at the acute stage closed thoracostomy drainage is enough; at the fibrinopurulent stage thoracoscopy is indicated; at organizational stage thoracotomy can be performed in children with stable anesthetic conditions, and open thoracostomy drainage should be used in patients in a poor state of health. Echography is very important to evaluate the staging of parapneumonic effusion. Conclusions: surgical treatment of complicated parapneumonic effusion should be done as early as possible, and the kind of procedure depends on the stage of pleural effusion. In children with complicated parapneumonic effusion echography is very important to evaluate the staging of parapneumonic effusion.