Objetivo: analisar o perfil epidemiológico, as características clínicas e a taxa de sobrevida dos pacientes submetidos à exenteração orbitária (EO) em um hospital de referência terciário. Métodos: estudo retrospectivo de todos os pacientes submetidos à EO no Hospital das Clínicas da FMUSP entre janeiro de 2007 e dezembro de 2012. Foram coletados em prontuários dados referentes ao sexo, idade, procedência, dias de internação, tempo de evolução da doença, outros tratamentos relacionados à doença, número de procedimentos fora da face relacionados à doença, tempo de seguimento e diagnóstico histológico. Resultados: trinta e sete pacientes foram identificados no período de estudo. A sobrevida média em um ano foi 70%, em dois anos, 66,1% e em três anos 58,3%. Não houve diferença significativa na taxa de sobrevida de um ano em relação ao diagnóstico histológico (p=0,15), dias de hospitalização (p=0,17), sexo (p=0,43), procedência (p=0,78), tempo de evolução da doença (p=0,27) ou número de operações referentes ao tumor (p=0,31). A mortalidade foi maior em pacientes idosos (p=0,02). A média de anos de vida perdidos foi 33,9 em pacientes com menos de 60 anos, 14,7 em pacientes de 61-81 anos e 11,3 em pacientes com mais de 80 anos. Conclusão: a presente série de casos é significativa em termos de prevalência de exenteração orbitária; por outro lado, apresenta uma das menores sobrevidas da literatura. Isso sugere uma necessidade urgente de melhora das condições de assistência médica para a prevenção de ressecções radicais deformadoras.
Objective: to analyze the epidemiology, clinical features and survival rate of patients undergoing orbital exenteration (OE) in a tertiary referral hospital. Methods : we conducted a retrospective study of all patients undergoing OE at the Hospital das Clínicas, FMUSP between January 2007 and December 2012. We collected data records related to gender, age, origin, length of stay, duration of the disease, other treatments related to the disease, number of procedures outside of the face related to the disease, follow-up and histological diagnosis. Results : we treated 37 patients in the study period. The average survival in one year was 70%, in two years, 66.1%, and 58.3% in three years. There was no significant difference in the one-year survival related to histological diagnosis (p=0.15), days of hospitalization (p=0.17), gender (p=0.43), origin (p=0.78), disease duration (p=0.27) or the number of operations for the tumor (p=0.31). Mortality was higher in elderly patients (p=0.02). The average years of life lost was 33.9 in patients under 60 years, 14.7 in patients in the 61-80 years range and 11.3 in patients over 80 years. Conclusion : the present series of cases is significant in terms of prevalence of orbital exenteration; on the other hand, it shows one of the lowest survival rates in the literature. This suggests an urgent need for improved health care conditions to prevent deforming, radical resections.