Recém-nascidos (RN) pré-termo dependentes de ventilação mecânica são frequentemente, tratados com corticosteróides. Vários estudos demonstraram que o uso de corticosteróides melhora a complacência pulmonar e facilita a extubação. No entanto, o uso de corticosteróides é associado , também, a alguns efeitos colaterais, como alterações na curva de crescimento dos recém-nascidos. Nós realizamos um estudo retrospectivo, para avaliar os efeitos dos corticosteróides sobre a duração da ventilação mecânica, oxigenoterapia como também sobre o tempo de internação e mortalidade, em recém-nascidos com displasia broncopulmonar dependentes de ventilação mecânica (DBP) (definida como necessidade de suplementação de oxigênio até 28 dias de vida). Foram analisados 26 RN com DBP e divididos em 2 grupos: grupo I -- 14 RN, que não receberam dexametasona e grupo II -- 12 RN que receberam dexametasona a partir de 14 a 21 dias de vida, durante 9 a 42 dias ( média -- 31 dias). Administrou-se dexametasona, endovenosa, em uma dose inicial de 0,25 mg/kg dividida em duas tomadas durante 3 dias, e após diminuiu-se a dose até suspensão. RESULTADOS: Não se observou diferenças significantes em relação à duração da ventilação mecânica (grupo I- 37 dias e grupo II -- 35 dias), suplementação de oxigênio (grupo I -- 16 dias e grupo II -- 29 dias), tempo de permanência no hospital (grupo I -- 72 dias , grupo II -- 113 dias), e mortalidade (grupo I -- 35,7%, grupo II -- 41,6%). O grupo II tinha menor peso de nascimento ( PN- Grupo I -- 1154 gramas ± 302 e grupo II -- 791 gramas ± 165; p< 0,05) e menor comprimento ao nascimento (Comprimento- grupo I- 37,22 ± 3,3 e grupo II -- 33,5 ± 2,4; p < 0,05) em relação ao grupo I. Com 40 semanas, não se observou diferenças significantes entre os grupos com relação às medidas antropométricas. CONCLUSÃO: O uso de corticosteróides em RN com displasia broncopulmonar, pode influenciar o crescimento somático durante o seu uso. No entanto, após sua suspensão parece ocorrer uma recuperação do crescimento, sugerindo que sua influência pode ser transitória.
Ventilator-dependent premature infants are often treated with dexamethasone. Several trials showed that steroids while improve pulmonary compliance and facilitate extubation, some treated infants may have adverse effects, such as alterations of growth curves. We conducted this retrospective study to evaluate the effects of steroids on mechanical ventilation, oxygen therapy, hospital length stay and mortality, in ventilator-dependent infants with bronchopulmonary dysplasia (BPD) (defined as the need of oxygen supplementation at 28 days of life). Twenty-six newborns with BPD were evaluated during 9 -- 42 days postpartum (mean = 31 days) and were divided into two groups: Group I - 14 newborns that did not receive dexamethasone, and Group II - 12 newborns that received dexamethasone at 14 --21 days of life. Dexamethasone was given at a dose of 0.25 mg per kilogram of body weight twice daily intravenously for 3 days, after which the dose was tapered. RESULTS: There were no statistically significant differences in the mean length of mechanical ventilation (Group I - 37 days, Group II - 35 days); oxygen supplementation (Group I - 16 days, Group II - 29 days); hospital stay (Group I - 72 days, Group II - 113 days); mortality (Group I - 35.7%, Group II - 41.6%). At birth, Group II was lighter (BW: Group I - 1154 grams ± 302, Group II - 791 grams ± 165; p < 0.05) and smaller (height: Group I - 37.22 cm ± 3.3, Group II - 33.5 ± 2.4; p< 0.05) than Group I. At 40 weeks, there were no statistically significant differences between groups in relation to anthropometric measurements. CONCLUSIONS: The use of corticosteroids in bronchopulmonary dysplasic infants may influence the somatic growth during its use. However, after its suspension, a recovery seems to occur, suggesting that its influence could be transitory.