ABSTRACT The word ecology was coined by the German biologist Ernst Haeckel (1834 - 1919) in 1869 to designate the scientific study of organisms in the context of their organic and/or inorganic environments. The word comes from the Greek terms oikos (house) and logos (study) and was created to name a new field in Western sciences. Indigenous peoples, in turn, did not establish any division between the concept of development of human life (civilization) and nature, fighting against the excessive exploitation of natural resources undertaken by the invaders since the beginning of the colonization. From the European perspective, this speech meant backwardness, being, therefore, refuted. However, global warming and successive environmental tragedies have been increasing the world interest on Native leaders’ opinions about the theme. In Brazil, this change became remarkable during the 2020 pandemic, when Indigenous works about the Anthropocene became best-sellers. In this essay, I try to show how the mainstream is absorbing those ideas, linking Bruno Latour’s (2020) worldview with Indigenous cosmogonies presented by several Brazilian authors, such as Ailton Krenak, Davi Kopenawa, Eliane Potiguara and Marcia Kambeba. 1834 (183 1919 186 andor or environments house (house (study sciences peoples turn civilization (civilization nature colonization perspective backwardness being therefore refuted However leaders theme Brazil 202 pandemic bestsellers. bestsellers best sellers. sellers best-sellers essay ideas Latours Latour s (2020 authors Krenak Kopenawa Kambeba 183 (18 191 18 20 (202 (1 19 1 2 (20 ( (2
RESUMO O termo ecologia foi, provavelmente, cunhado pelo biólogo alemão Ernst Haeckel (1834 - 1919), em 1869, para designar o estudo científico dos organismos no contexto de seus ambientes orgânicos e/ou inorgânicos. A palavra é derivada dos termos gregos oikos, isto é, “casa”, e logos, “estudo”, e sua criação artificial, que remonta à formação de um novo campo de estudos durante o Oitocentos, revela que o desprezo das ciências pelo meio ambiente perdurou por muitos séculos. Os povos indígenas, que jamais estabeleceram uma divisão entre o conceito de desenvolvimento da vida humana (civilização) e natureza, sempre se opuseram à exploração desmedida dos recursos naturais empreendida pelos colonizadores. Sob a ótica europeia, essencialmente desenvolvimentista, esse tipo de discurso foi considerado sinônimo de atraso econômico, sendo, pois, refutado. Contudo, com a degradação, agora notável, do planeta, refletida no aquecimento global e nas sucessivas tragédias ambientais, surge um interesse renovado em ouvir as comunidades originárias e suas lideranças, movimento que se expandiu durante a pandemia de 2020, quando obras nativas sobre o antropoceno se tornaram best-sellers em nosso país. Neste ensaio, busco mostrar como o pensamento ocidental começa a absorver o chamado “pensamento ameríndio”, com base na relação homem/natureza presente nas cosmovisões desses povos, influência perceptível na obra de Bruno Latour (2020). A análise das propostas antropológicas do supracitado autor buscará paralelos na literatura indígena brasileira produzida por diversos escritores, como Ailton Krenak, Davi Kopenawa, Eliane Potiguara, Marcia Kambeba. provavelmente 1834 (183 1919, 1919 , 1919) 1869 eou ou inorgânicos oikos casa, casa “casa” logos estudo, “estudo” artificial Oitocentos séculos indígenas civilização (civilização natureza colonizadores europeia desenvolvimentista econômico sendo pois refutado Contudo degradação notável planeta ambientais lideranças 2020 bestsellers best sellers país ensaio ameríndio, ameríndio ameríndio” homemnatureza homem 2020. . (2020) escritores Krenak Kopenawa Potiguara Kambeba 183 (18 191 186 “casa “estudo 202 (2020 18 (1 19 20 (202 1 ( 2 (20 (2