O Linfogranuloma venéreo (LGV) é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pelos sorotipos L1, L2 ou L3 da bactéria intracelular Chlamydia trachomatis. Possui caráter endêmico em partes da África, Ásia, América do Sul e Caribe, e é rara em países industrializados. No entanto, vários casos foram diagnosticados em homossexuais masculinos, na Holanda, e desde 2004, essa doença vem sendo notificada por outros países da Europa, da América do Norte e Austrália. Esse aumento da incidência tem características de surto, e tem acometido homens brancos com menos de 35 anos que mantém relações sexuais com outros homens e apresentam infecções anorretais com diversos sintomas, que incluem dor retal, tenesmo e constipação. A maior parte dos pacientes (>70%) também está co-infectada pelo HIV. Depois das primeiras notificações, muitos países passaram a fazer buscas ativas em suas populações. Pela falta de um teste diagnóstico rápido e de uso difundido, os doentes com quadros sugestivos devem receber terapia antimicrobiana durante pelo menos três semanas. Há autores fazendo a mesma recomendação nas retites observadas durante a retoscopia, na presença de mais de 10 leucócitos por campo nas amostras colhidas com swab e nos doentes HIV-positivo.20 Acreditamos que o número de casos esteja também aumentando no Brasil e, por desconhecimento sobre a doença, a mesma não venha sendo diagnosticada. Sugerimos que a hipótese diagnóstica de LGV, seja afastada nos doentes que pratiquem sexo anal e apresentem úlceras na região ou quadros de retite.
Lymphogranuloma venereum (LGV) is a sexually transmitted disease (STD) caused by L1, L2 L3 sorovars of the intracellular bacteria Chlamydia trachomatis. It has endemic features in parts of Africa, Asia, South America and Caribbean, and is rare in developed countries. Meanwhile, many cases were diagnosed, mainly in men who have sex with men (MSM), in the Netherlands, and since 2004, this disease has been notified by other European countries, North America and Australia. This increased incidence seems like an outbreak and common features in these reports were: MSM, Caucasian race / ethnicity, mean age above 35 years, predominantly (>70%) co-infected with HIV. Complaints included anorectal pain, tenesmus and constipation. After these reports, many countries started doing active research in their people. The lack of a specific diagnostic test has complicated LGV case ascertainment. In the absence of laboratory confirmation of L serovars, patients with symptoms suggestive of LGV should be presumptively treated with antibacterial therapy for 3 weeks. If routine LGV serovar typing is unavailable, most authors proposed administration of syndromic LGV treatment for MSM with anorectal chlamydia and either proctitis detected by proctoscopic examination, more than 10 white blood cells/high-power field detected on an anorectal smear specimen, or HIV seropositivity. We believed the incidence of LGV is also increasing in Brazil, and new cases are not being diagnosed because the ignorance about this world outbreak. We suggest that anal ulcer or proctitis in anal sex practitioners must have a high suspicious of LGV infection.