Resumo: Este ensaio toma como ponto de partida a afirmativa de Diderot de que o ator é tudo e nada ao mesmo tempo para repensar a formação do eu. Ao avançar além do paradoxo de Diderot como teoria da atuação, este artigo defende uma análise desconstrutiva da prática mimética do ator proposta por Lacoue-Labarthe, a qual permite que abordemos as condições ontológicas da interação entre apropriação e desapropriação, nada e possibilidade, distintividade e maleabilidade. Este ensaio mostra que a subversão indireta da distinção entre mimese passiva e ativa subjacente ao corpo em performance problematiza a questão do sujeito como tal.
Abstract: This essay takes Diderot’s claim that the actor is everything and nothing at the same time as the starting point to rethink the formation of the self. Going beyond Diderot’s paradox as a theory of acting, this article argues in favor of a deconstructive analysis of the actor’s mimetic practice, put forward by Lacoue-Labarthe, which allows us to address the ontological conditions of the interplay between possession and dispossession, nothingness and possibility, distinctiveness and malleability. This essay shows that Diderot’s indirect subversion of the distinction between passive and active mimesis underlying the performing body, problematizes the question of the subject as such.
Résumé: Cet article part de la thèse de Diderot que l’Acteur se présente simultanément comme tout et comme rien dans le but de repenser la création du moi. Dépassant le paradoxe de Diderot en tant que théorie du jeu, cet article plaide en faveur d’une analyse déconstructive de la pratique mimétique de l’acteur, proposée par Lacoue-Labarthe, qui permet d’aborder les conditions ontologiques de l’interaction entre possession et dépossession, néant et possibilité, distinction et malléabilité. Cet article soutient que la subversion indirecte par Diderot de la distinction entre mimesis passif et actif sous-jacente au corps performant, problématise la question du sujet en tant que tel.