O trauma de artérias do antebraço corresponde a 20% do total de traumas arteriais. Os autores analisaram 24 pacientes com trauma não iatrogênico de artérias do antebraço, atendidos de janeiro de 1987 a dezembro de 1990. Todos os pacientes eram do sexo masculino, o trauma por agente penetrante foi o mais freqüente, com 21 casos (87,5%), a ausência de pulsos foi a manifestação clínica mais freqüente (62,5%), quinze pacientes não apresentavam manifestações isquêmicas (54,2%) e metade dos doentes eram assintomáticos do ponto de vista neurológico. Constatou-se lesão isolada de uma artéria em 11 casos, sendo cinco de artéria radial (20,8%), cinco de artéria ulnar (20,8%) e uma de artéria interóssea (4,2%). Lesão concomitante das artérias radial e ulnar foi verificada em 13 casos (54,1%). Quanto ao comprometimento nervoso, constatou-se lesão de nervo radial em 4 casos (16,6%) e de nervos mediano e ulnar em um caso cada (4,1%). Todos os pacientes com lesão conjunta das artérias radial e ulnar (13) foram submetidos a restauração arterial. Os 11 pacientes com lesão isolada de uma artéria de antebraço foram tratados da seguinte maneira: ligadura de artéria interóssea em um caso, ligadura de artéria radial em quatro casos, rafia de artéria radial em um caso, ligadura de artéria ulnar em trés casos, restauração de artéria ulnar com segmento de safena em dois casos nos quais o teste de Allen foi positivo. Um paciente faleceu no pós-operatório imediato devido a falência de múltiplos órgãos por politraumatismo. A preservação do membro foi obtida em 23 doentes (95,8%) e a única amputação, se deveu a traumatismo de partes moles extenso com infecção grave e comprometimento sistêmico.
Trauma to arteries of the forearm corresponds to 20% of total arterial trauma. The authors analyzed 24 patients with non iatrogenic trauma of the forearm arteries, cared for from January 1987 to December 1990. All patients were male, trauma by penetrating instrument was the most frequent, with 21 cases (87.5%), absence of pulses was the most frequent clinical manifestation (62.5%), fifteen patients did not present ischemic manifestations (54.2%) and half of the patients did not exhibit neurological symptoms. Injury to only one artery was found in 11 cases, five of them in the radial artery (20.8%), five in the ulnar artery (20.8%) and one in the interosseous artery (4.2%). Concurrent injury to the radial and ulnar arteries was found in 13 cases (54.1%). Regarding nervous impairment, injury to the radial nerve was found in four cases (16.6%) and of the median and ulnar nerves, one case in each (4.1%). All patients with concurrent injury to the ulnar and radial arteries (13) were submitted to arterial restoration. The 11 patients with injury to a sole artery of the forearm were managed as follows: ligature of the interosseous artery in one case, ligature of the radial artery in four cases, raphe of the radial artery in one case, ligature of the ulnar artery in three cases, restoration of the ulnar artery using a segment of the v. saphena in the two cases in which the Allen test had been positive. One patient died in the immediate postoperative period as a result of multiple organ failure due to polytraumatism. Preservation of the member was attained in 23 patients (95.8%) and the sole amputation, was due to extensive traumatism of the soft tissues with severe infection and systemic impairment.
