RESUMO Produtores que praticam sistemas consorciados de hortaliças folhosas com tuberosas geralmente buscam sistemas que proporcionem alta produtividade, maior diversificação da produção, produtos de alta qualidade e principalmente retorno agroeconômico. Esse trabalho teve como objetivo avaliar se há viabilidade agroeconômica do bicultivo de alface em consórcio com beterraba sob diferentes quantidades equitativas de biomassa de Merremia aegyptia e Calotropis procera (20, 35, 50 e 65 t ha-1 em base seca) e densidades populacionais de alface (150, 200, 250 e 300 mil plantas de alface ha-1), combinadas com 500 mil plantas por hectare de beterraba em dois anos de cultivos em ambiente semiárido. A produtividade de folhas de alface e a produtividade comercial de raizes de beterraba foram avaliadas, bem como, os indices agronômicos: relação equivalente de terra (RET), razão de área equivalente no tempo (RAET), indice de eficiência produtiva (IEP), escore da variável canônica (Z) e perda de rendimento real (PRR) e os indicadores econômicos: renda bruta (RB), renda liquida (RL), vantagem monetária (VM) e taxa de retorno (TR). Os maiores retornos agroeconômicos do consórcio alface-beterraba foram alcançados com RET e RAET de 2,59 e 1,39; IEP e Z de 0,97 e 2,32; PRR de 10,66, e RB, RL e VM de 94.742,89; 59.121,45 e 56.631,98 R$ ha-1 e TR de R$ 2,75 para cada real investido, respectivamente, na combinação de 65 t ha-1 de biomassa de M. aegyptia e C. procera e densidade populacional de alface de 300 mil plantas por hectare. A beterraba foi a cultura dominante e a alface a dominada. O consórcio de alface e beterraba é altamente viável quando adequadamente adubado com biomassa de M. aegyptia e C. procera, pois expressam viabilidade agronômica e econômica e sustentabilidade em ambiente semiárido.
ABSTRACT Producers who practice intercropped systems of leafy vegetables with tuberous ones, generally seek for systems that provide high productivity, greater diversification of production, high quality products and mainly agroeconomic return. Therefore, the objective of this work was to assess whether there is agro-economic viability of lettuce bi-cropping in intercrop with beet, under different equitable amounts of Merremia aegyptia and Calotropis procera biomass (20, 35, 50 and 65 t ha-1 on dry basis) and population densities of lettuce (150, 200, 250 and 300 thousand plants of lettuce ha-1), combined with 500 thousand plants per hectare of beet in two years of cultivation in semi-arid environment. Productivity of lettuce leaves and commercial productivity of beet roots were evaluated, as well as the agronomic indices: land equivalent ratio (LER), area-time equivalent ratio (ATER), productive efficiency index (PEI), score of the canonical variable (Z), actual yield loss (AYL), and the economic indicators: gross income (GI), net income (NI), monetary advantage (MA) and rate of return (RR). The highest agro-economic returns of the lettuce-beet intercropping were achieved with LER and ATER of 2.59 and 1.39; PEI and Z of 0.97 and 2.32; and AYL of 10.66; and GI, NI and MA of 94,742.89; 59,121.45; 56,631.98 R$ ha-1 and RR of R$ 2.75 for each real invested, respectively, in the combination of 65 t ha-1 of M. aegyptia and C. procera biomass and lettuce population density 300 thousand plants per hectare. Beet was the dominant crop and lettuce the dominated one. The lettuce and beet intercropping is highly viable when properly manured with biomass of M. aegyptia and C. procera, as they express agronomic and economic viability and sustainability in semi-arid environment.